quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

247 - A Globo escolheu mandar repórteres para o Panamá, no lugar da Suíça, onde há anos (com mais ênfase nos últimos meses) vem sendo descobertas contas bancárias de envolvidos no cartel do metrô em São Paulo, inclusive políticos do PSDB.
Miguel do Rosário, do blog O Cafezinho, coloca, porém, a seguinte questão. E se o ex-ministro José Dirceu, que tenta um emprego no Hotel Saint Peter, fosse trabalhar numa firma que tivesse um sócio com 0,1% das ações morando na Suíça?
Leia abaixo seu post:
Globo não mandou ninguém à Suíça; prefere o Panamá

O escândalo dos trens paulistas acontece há meses. Há confissões, documentos, auditorias, investigações já prontas feitas em outros países. Não há nenhuma necessidade de se apelar para "domínio do fato", ou condenar alguém porque "assim a literatura me permite". No entanto, a Globo, e nenhum outro órgão de imprensa, mandou ninguém à Suíça, onde acontecem as principais investigações sobre as empresas Siemens e Alstom.
Entretanto, foi só alguém descobrir que um sócio do hotel onde Dirceu vai trabalhar é do Panamá que a Globo mandou uma equipe para lá e, no dia seguinte, exibiu reportagem no Jornal Nacional.
Dirceu não tem nada a ver com os proprietários do hotel, quanto mais com os sócios do Panamá. Ele só vai trabalhar no estabalecimento, como poderia trabalhar em qualquer outro. Ele precisa trabalhar em algum lugar para reduzir a sua pena, e, como se viu, qualquer empresa que o empregar sofre risco de ser devassada impiedosamente pela mídia.
Ontem, ficamos sabendo que o Ministério Público descobriu que somente uma reforma de trens paulistas, durante a gestão Serra, superfaturou R$ 1 bilhão...
E a Suíça continua lá, intocada por repórteres brasileiros. Se o Dirceu fosse trabalhar numa firma onde houvesse um sócio com 0,1% das ações morando na Suíça, já haveria um batalhão de jornalistas investigativos desembarcando em Zurique.
Como não tem, o Panamá é mais interessante...

Nenhum comentário:

Postar um comentário