quarta-feira, 30 de abril de 2014

Padilha no Roda Viva


O ex-ministro da Saúde e pré-candidato ao governo de São Paulo Alexandre Padilha (PT) participou do Programa ‘Roda Viva’, transmitido pela TV Cultura.

A TV Cultura é do governo do Estado de São Paulo, em mãos tucanas, e escalou um grupo de jornalistas para fazer perguntas contra Padilha, em vez de vez perguntar sobre temas do interesse do cidadão telespectador, como o bom jornalismo deve fazer.

Para piorar tentaram interromper as respostas de Padilha sempre que ele criticava o Alckmin na resposta.

Mas não deu certo. Padilha trucidou um por um de seus inquisidores, e ainda, sem perder em nenhum momento a elegância, mesmo sendo bastante firme diante de perguntas venenosas.

No twitter, que serve para ver um pouco como os telespectadores estavam reagindo, o que eu vi foi tuiteiros demotucanos irritados dizendo que iam desligar a TV ou mudar de canal. Sinal de que Padilha estava se saindo bem nas respostas e os jornalistas não conseguiam fazer ele cair nas cascas de bananas e armadilhas preparadas nas perguntas.

Os tuiteiros que já simpatizam com Padilha estavam e estão todos comemorando e achando que ele se saiu melhor do que a encomenda. Foi inteligente, simpático, firme, com um discurso afiado que enche de confiança de que vai vencer.

E vi tuiteiros neutros politicamente (nem tucanos, nem petistas), uns dizendo que ainda não tinham visto ele falando e gostaram dele, outros ficaram bem impressionados com o preparo de Padilha, outros com a firmeza, outros dizendo que ele vai dar trabalho para o Alckmin.

Em algumas semanas de campanha e nos debates acho que Padilha já garantirá seu lugar no segundo turno. Se brincar ele ultrapassa Alckmin ainda no primeiro turno.

domingo, 27 de abril de 2014

DOCUMENTÁRIO DE MICHAEL MOORE - Capitalismo - Uma História de Amor


Notícias

“Eu vou ser cabo eleitoral da Dilma, vou pra rua fazer campanha pra Dilma”, Lula, em entrevista à RTP

“Nós não vamos conseguir resolver em 11 anos as mazelas de 5 séculos. O dado concreto é que avançamos de forma extraordinária.” Na última sexta-feira (25), durante sua visita a Lisboa, Lula conversou com a jornalista Cristina Esteves, da RTP. Na entrevista, exibida ontem a noite em Portugal, o ex-presidente falou sobre os 40 anos da Revolução dos Cravos, a crise econômica na Europa, a Copa do Mundo no Brasil, seu trabalho para o combate à pobreza na África e as eleições de 2014. “Dilma vai ganhar as eleições” e completou “Eu vou ser cabo eleitoral da Dilma, vou para a rua fazer campanha para a Dilma”.
Veja a entrevista completa em http://www.rtp.pt/noticias/index.php?article=733450&tm=7&layout=122&visual=61

sexta-feira, 25 de abril de 2014

247 – Com ênfase e voz empostada, o ex-ministro Alexandre Padilha negou na tarde desta sexta-feira 25, em concorrida entrevista coletiva, que tenha indicado o ex-integrante do Ministério da Saúde Marcus Cezar Moura para ser intermediário entre o órgão público e o laboratório Labogen, ligado ao doleiro Alberto Youssef, preso pela Polícia Federal.
A informação da indicação de Marcus Moura por Padilha foi capturada em um grampo da Operação Lava Jato, vazado para a mídia, feito sobre uma conversa entre o ex-vice-presidente da Câmara, André Vargas, e Youssef. Em uma mensagem, Vargas diz, sobre Marcus: "foi o Padilha que indicou".
"Mente quem diz que indiquei Marcus Cezar Moura para qualquer cargo, mente quem diz que houve contrato do Ministério da Saúde com a Labogen, mente quem diz que há envolvimento meu com o doleiro citado", afirmou Alexandre Padilha.
"Vou buscar esclarecimento de qualquer suposto envolvimento do meu nome a partir de mensagens de terceiros. Vou interpelar qualquer pessoa que tiver usado meu nome em vão, inclusive o senhor André Vargas. Não admito", disse ainda o ex-ministro, acrescentando que irá "constituir advogado junto à PF para ter acesso a toda documentação" sobre o caso.
O pré-candidato do PT admitiu que foi procurado por Vargas, em visita à Câmara Federal, para encaminhar um pedido de parceria com o Ministério da Saúde com o Labogen. Padilha disse que é natural um ministro ser procurado por parlamentares para este tipo de encaminhamento. Mas frisou que, a partir desse encontro pessoal, qualquer pedido passa a circular pelos filtros normais do Ministério da Saúde, especialmente a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos.
"Minha obrigação como ministro era receber projetos e encaminhar por meios regulares. Se alguém pensou que, fazendo lobby, poderia ultrapassar esses filtros, bateu em porta errada", afirmou.
Ele anunciou que está pedindo à Polícia Federal o "acesso completo" ao relatório produzido pela Polícia Federal em torno da Operação Lava Jato. "Estou indignado. Repudio o envolvimento do meu nome por terceiros que não têm qualquer acesso ao Ministério da Saúde".
Com o presidente Emídio de Souza, do PT de São Paulo, ao seu lado direito, Padilha desconsiderou o pedido formalizado pelo DEM, em Brasília, para que ele compareça à Câmara para esclarecimentos:
"A iniciativa do DEM certamente não é para esclarecer as apurações. Não vou comparecer a qualquer espetáculo que se queira fazer sobre isso. Nunca o DEM pediu para um prefeito do seu partido comparecer à Comissão de Fiscalização e Controle", disse.
"Estão destilando raiva contra mim" - Padilha disse que os ataques que está sofrendo tem a ver com o momento eleitoral: "Toda a vez que mostro um problema e aponto uma solução, como a questão da água, vêm para cima de mim destilando raiva".
"Fiquei indignado, repudio fortemente o que saiu nos jornais", reclamou Padilha. "Nunca antes na história desse País vi isso: meu assessor de imprensa recebeu às sete horas da noite pedidos de quatro jornais e duas tevês com a mesma pergunta. Nos dez anos em que estou nisso, desde o Ministério da Saúde, nunca vi isso", contou.
CANDIDATURA - Na parte final da coletiva, que continuava às 17h44, sob aviso da assessoria de "última pergunta", Padilha foi questionado sobre rumores de substituição de sua candidatura dentro do PT. Ele passou a palavra ao presidente regional do partido:
"Nem se cogita essa hipótese, talvez seja um desejo dos adversários. Nós caminhamos com a candidatura unificada de Alexandre Padilha", garantiu Emídio.
Padilha, apesar de reconhecer que foi Vargas quem envolveu seu nome no imbróglio Lobogen, não quis se comprometer com um posicionamento sobre a renúncia do parlamentar. "Para a minha missão, que é a de desenvolver a minha candidatura, essa questão da renúncia ou da permanência não atrapalha em nada", comentou.
O pré-candidato fez elogios à PF, responsável pela investigação que envolve o doleiro Youssef, e aproveitou para criticar a polícia paulista, do governo Geraldo Alckmin (PSDB). "Tenho o maior orgulho da Polícia Federal brasileira. Queria Deus que a polícia de São Paulo tivesse a mesma competência, a mesma autonomia que a Polícia Federal tem. Quero lembrar que todas as apurações em torno dos 15 anos de desvios no Metrô foram levantados por órgãos federais, o que nunca aconteceu aqui em São Paulo".

quinta-feira, 24 de abril de 2014

Padilha repudia ataques e esclarece que não indicou ninguém para o tal Labogen

Pelo twitter o ex-ministro Alexandre Padilha repudiou notícias envolvendo seu nome.
1- Repudio envolvimento do meu nome e esclareço que NÃO INDIQUEI nenhuma pessoa para Labogen
.
2-Se como diz PF,envolvidos preocupavam com autoridades fiscalizadoras, só poderiam se referir aos mecanismos de controle criados por mim no Ministério da Saúde.
.
3- A prova maior disso é que nunca existiu contrato com a Labogen e nunca houve desembolso por parte do Ministério da Saúde.
Foi só o o pré-candidato ao governo de São Paulo Alexandre Padilha (PT-SP) começar a incomodar nas pesquisas que já começou a baixaria.

Pelo jeito a interpretação é que o tal doleiro queria fazer alguma coisa sem aparecer, escondido de Padilha, para que a fiscalização do Ministério da Saúde não desconfiasse, e o noticiário demotucano coloca como se Padilha estivesse "envolvido".

Segundo o noticiário, a PF interceptou troca de mensagem entre o doleiro Alberto Youssef e o deputado André Vargas (PT-PR), em 28 de novembro de 2013, na qual os dois comentam sobre a indicação de Moura para a Labogen. Vargas passa para o doleiro o contato de "Marcos" e diz que foi Padilha quem o indicou.

Ainda segundo o noticiário, o relatório da Polícia Federal suspeita que Padilha teria indicado o executivo Marcus Cezar Ferreira de Moura para a Indústria Farmacêutica Labogen, que seria de testas de ferro do doleiro Alberto Youssef.

O Labogen tentou fazer parceria com o Laboratório EMS e outro Laboratório da Marinha para nacionalizar a produção de remédios, dentro do programa de desenvolvimento da Indústria Farmacêutica Nacional, chamado Parceria de Desenvolvimento Produtivo (PDP).

O Ministério da Saúde informou que o contrato com a Labogen não chegou a ser assinado e que a pasta não liberou nenhum repasse. Segundo a PF, “existem indícios que os envolvidos tinham uma grande preocupação em colocar à frente da Labogen alguém que não levantasse suspeitas das autoridades fiscalizadoras”.

Como disse Padilha, a coisa parece mais que estavam buscando um jeito de enganar as autoridades fiscalizadoras, que só poderiam ser do próprio Ministério da Saúde.

quarta-feira, 23 de abril de 2014


Padilha foi na mosca. A direita politizou a seca, agora aguente a rebordosa…

23 de abril de 2014 | 15:03 Autor: Fernando Brito
pepadilha
A direita e a mídia brasileiras (lo que nos es lo mismo, pero es igual) resolveram politizar a seca extraordinária que atingiu o Sudeste brasileiro em 2014.
balancochuvasEmbora nossos tecnocratas não levem a sério a Natureza, ela existe e o amigo está vendo aí ao lado os mapas de precipitação (chuva) acumulada no primeiro trimestre do ano, tanto em 2013 quanto em 2014.
Não é preciso ser meteorologista para ver que a região viveu um imensa seca, totalmente anormal e, como você pode observar, pior até que a de 2001, ano do racionamento de Fernando Henrique Cardoso.
O clima do semi-árido nordestino avançou até o centro de São Paulo, cobrindo todas as áreas de maior capacidade de produção hidrelétrica do país, o que absolutamente não ocorreu durante as dificuldade de 2001.
Não é preciso discutir, é só olhar os mapas ou conferir no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. Não é difícil, está na internet, ao alcance de qualquer pessoa que queira escrever sobre isso.
Se a comparação for feita levando em conta a temperatura média do trimestre, a situação ainda é mais gritante.
E isso influi monstruosamente na carga de energia demandada. Um único número: dia 5 de fevereiro, o Brasil consumiu 50 mil megawatt médios; ontem, 40 mil.
Pena que nossa imprensa não seja capaz de fazer o trabalhinho simples de mostrar estas informações, para que a população possa ter ideia do tamanho do problema e formar corretamente sua opinião.
É evidente que, tanto para o abastecimento de água quanto para a produção de energia, não há saída sem chuvas.
Administrar os dois sistemas é, essencialmente, equilibrar as origens da água, combinando áreas, para que o que não chove numa região possa ser compensado, mesmo parcialmente, por outra.
Alás, é isso que permite que o abastecimento possa ser tratado como um sistema. Por isso, mesmo modestamente, os reservatórios das hidrelétricas do Sudeste, mesmo com chuvas muito inferiores à média, puderam apresentar uma pequena recuperação, um pouco mais de 3% acima do que tinham no início do mês passado: de 34,6% em 1° de março para 37,7%, ontem.
Então, como explicar que, no mesmo período, o principal reservatório de abastecimento de água de São Paulo tenha caído para níveis tão dramáticos, caindo de 16,3 para 11,7% no mesmo período? E olha que se  reduziu fortemente o fornecimento de água a grande parte da cidade, com um racionamento censitário, onde quem paga tem e quem não tem para pagar fica sem…
Porque não se cuidou, em São Paulo, de interligar o sistema, da mesma forma com que se faz com linhas de transmissão elétrica.
O segundo maior sistema que abastece a região metropolitana, com 14 mil litros por segundo de vazão,  o Guarapiranga, tem quase 80% de sua capacidade preenchida, com pouquíssima diferença do que tinha há um ano atrás (89%).  Outros dois, menores, Rio Claro e Rio Grande, com mais 9 mil litros por segundo de capacidade, estão pondo água fora, cheios até o limite.
Por isso, está corretíssima a abordagem feita pelo pré-candidato petista sobre o problema da água em São Paulo. Faltar chuva – e já não falta, porque tem chovido há dois meses mais do que a média histórica, é um fato, mas a crise vem essencialmente da falta de ligação entre os sistemas de abastecimento da metrópole, para o qual não se deu um passo concreto até agora e é uma obra que, embora cara e complexa, pode começar a ser executada de imediato.
Nada disso você tem lido na imprensa, embora leia a toda hora as previsões de “especialistas” sobre o risco de apagão elétrico. Que existe, é claro, porque ninguém pode prever anomalias climáticas, mas está mil vezes mais distante que o desastre no abastecimento de água.
Quanto a este, preferiu-se seguir a demagogia do Governador Geral do Alckmin, que criou o factóide da transposição da água do Paraíba do Sul, o que é absolutamente inexequível a curto prazo e, como tudo o que é falso, sumiu tão rapidamente quanto apareceu.
Como também não apareceu o apagão elétrico que, agora, é substituído pelo “escândalo” dos gastos governamentais  para compensar a elevação do custo da energia elétrica com o uso da geração térmica.
Não há nenhuma novidade nisso, mas você pensa que é inédito, porque também não se publica que, em 2001, o governo tucano teve de fazer o mesmo – e sem evitar racionamento.
Somados o gasto de 2001 aos de janeiro e fevereiro de 2002, as distribuidoras de energia tiveram perdas, em valores corrigidos pelo IGP-M, de cerca de R$ 15 bilhões com a geração térmica.
Isso sem contar que obrigou a Petrobras a comprar, a preço fixo e muito mais alto que o do mercado, a energia gerada por quem se dispôs a construir térmicas aqui, como a Enron.
Dificilmente você terá tido as informações que se dá neste post.
A imprensa jamais aprofundou essa discussão, preferindo criar um “terror do apagão”. Da água em São Paulo só passou a falar, e burocraticamente, quando a situação provocou o corte de abastecimento.
Transformou-se um fenômeno natural em um tema político eleitoral. Não se fez jornalismo, fez-se propaganda.
Aécio Neves fez, no início de fevereiro, um artigo terrorista, prevendo um “apagão” sem, em todo o texto, usar uma vez sequer as palavras “seca” ou “chuva”.
Tudo era uma questão de falta de “planejamento e da capacidade de gestão”
Agora, que ninguém reclame que isso se volte contra quem o dizia.

“Tivemos que enfrentar o preconceito das elites, que nunca confiaram na capacidade do povo”, diz Lula, Doutor Honoris Causa de Salamanca

Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula
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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu nesta quarta-feira (23), o título de doutor honoris causa da Universidade de Salamanca, na Espanha.
Para ver mais fotos e baixar imagens em alta resolução, visite o Picasa do Instituto Lula.
O título é o 27º honoris causa recebido pelo ex-presidente. “A instituição te honra, e você, presidente, honra esta universidade, disse Gonzalo Gomes Dacal, catedrático de educação que foi o padrinho da indicação de Lula para receber a honraria de doutor honoris causa em educação e filologia, pelo papel no seu governo em promover a língua espanhola, adotada no ensino brasileiro.
Em seu discurso, Lula falou sobre a emoção de receber o título de uma universidade tão tradicional, com quase 800 anos de idade, e de como o Brasil tem nos últimos 11 anos lutado para avançar na educação, após séculos de atraso, com programas como o Reuni, o Prouni e o FIES, que ampliaram o acesso dos estudantes ao ensino superior. “Tivemos que enfrentar o preconceito das elites, que nunca confiaram na capacidade do povo brasileiro”.
O ex-presidente ressaltou, por exemplo, o aumento do número de estudantes universitários em 11 anos, de três milhões para sete milhões de estudantes e o fato de ter triplicado o orçamento federal para a educação, entre 2003 e 2013.
A universidade de Salamanca tem mais de 300 estudantes do Brasil, em cursos de graduação e pós-graduação, incluindo cerca de 50 estudantes do programa Prouni Internacional.
Leia a íntegra do discurso, (sem improvisos), de Lula na cerimônia de doutor honoris causa em Salamanca. 
HONORIS CAUSA UNIVERSIDADE DE SALAMANCA
Magnífico Reitor,
Peço vênia,
É com emoção que recebo esta homenagem da Universidade de Salamanca, que deu imensa contribuição à humanidade em oito séculos de existência.
Tenho consciência de que esta honraria pertence ao povo brasileiro, que tomou seu destino nas mãos e vem empreendendo uma grande jornada de transformações sociais e econômicas nos últimos anos.
Este é uma ocasião especialíssima, pois Salamanca simboliza o Humanismo em todos os campos do conhecimento, e erigiu-se em trincheira da liberdade de pensamento.
É particularmente significativo, para um brasileiro de hoje, que doutores de Salamanca tenham sido os primeiros a reconhecer os indígenas da América como seres humanos e pessoas de direito.
O que nos parece óbvio, no século XXI, foi um gesto de extrema ousadia intelectual e moral, no Século XVI.
Devemos a um espanhol das Canárias, o padre José de Anchieta, a primeira Gramática do idioma dos indígenas do Brasil, publicada na Europa no século XVI.
Por mais de 200 anos, essa Língua Geral, o nheengatu,  foi o idioma usado no país, até a imposição do Português como língua oficial na segunda metade do século XVIII.
Tendo-se tornado o mais brasileiro dos espanhóis, José de Anchieta acaba de ser sagrado santo pelo papa Francisco, o primeiro latino-americano no trono de Pedro e o primeiro a ter o Espanhol por idioma materno.
Ousadia e paixão são duas características que o mundo reconhece no povo da Espanha, desde tempos imemoriais.
Ombreando com nossos irmãos lusitanos, os espanhóis se lançaram ao mar num desafio tecnológico e numa aventura humana sem precedentes, 500 anos atrás.
Semearam pelos quatro cantos o idioma de Miguel de Cervantes, o mais universal dos escritores espanhóis.
Quem não se comoveu nestes quatro séculos com as desventuras de Dom Quixote de La Mancha? A humanidade acolheu o cavaleiro da triste figura como o herói que ele verdadeiramente simbolizava – o herói de todos os que ousamos sonhar.
Cervantes pôs nos lábios do Quixote uma apaixonada definição de Liberdade, tratando-a como valor inerente ao espírito humano. Diz o herói ao seu escudeiro:
“A liberdade, Sancho, é um dos dons mais preciosos que o céu deu aos homens. Nada a iguala, nem os tesouros que a terra encerra no seu seio, nem os que o mar guarda nos seus abismos. Pela liberdade, tanto quanto pela honra, pode e deve aventurar-se a nossa vida.”
    A história de Salamanca foi escrita pelos que defenderam a liberdade de pensar e de construir o conhecimento.
Foi o exemplo que nos legou Miguel de Unamuno, aquele que ousou defender a inteligência e a vida perante a força do obscurantismo, numa quadra particularmente difícil.
Esta coragem histórica de ser livre faz com que seja especialmente honroso o título Honoris Causa da Universidade de Salamanca.
Magnífico reitor, senhoras e senhores,
Quando assumi a presidência do Brasil, onze anos atrás, recebi da sociedade um mandamento que se resumia numa única palavra: mudança.
Era chegada a hora de superar um modelo injusto, que perpetuava a desigualdade e impedia o pleno desenvolvimento do meu país.
Começamos pelo compromisso de acabar com a fome. Não havia causa mais urgente nem mais emblemática da mudança que precisávamos empreender.
Criamos o programa Fome Zero e, em seguida, o Bolsa Família, que garante uma renda mensal a 14 milhões de famílias e vem proporcionando excelentes melhorias nos indicadores de Educação e Saúde.
     Valorizamos os salários e ampliamos o acesso ao crédito para os trabalhadores e para as empresas.
O potencial produtivo da população brasileira foi despertado, num ciclo virtuoso de investimento, consumo e geração de empregos que fez a economia crescer em bases sustentadas.
Garantimos os fundamentos da estabilidade econômica e ampliamos as relações diplomáticas e comerciais com os vizinhos da América Latina, os países da África e os chamados grandes países emergentes.
O mais importante resultado desse esforço coletivo é que 36 milhões de brasileiros saíram da pobreza extrema, 42 milhões alcançaram a classe média e 21 milhões de empregos formais foram criados nesses 11 anos.
     O processo que acabo de descrever, em linhas apenas gerais, representou a conquista da cidadania por milhões de brasileiros que estavam à margem do processo econômico e social.
O fato de termos alcançado tais conquistas em um tempo relativamente curto, de apenas uma década, pode causar a ilusão de que foi uma tarefa simples. Não foi.
Tivemos de enfrentar resistências e preconceitos de toda ordem. Especialmente o preconceito de elites que governaram o país ao longo de séculos, sem jamais confiar na capacidade do nosso povo.
Trataram os pobres como um problema sem solução, e o povo brasileiro demonstrou que, na verdade, os pobres e os trabalhadores são a parte essencial das soluções.
O que parecia um sonho de Quixote é hoje a realidade de um país que reduziu as desigualdades internas e se afirmou internacionalmente como uma grande economia.
Magnífico reitor, minhas senhoras e meus senhores,
Libertar-se de um ciclo histórico de desigualdade e injustiça foi apenas o primeiro passo. O Brasil tem um longo caminho pela frente e muitos desafios a superar.
O mais importante de todos é garantir a educação das  crianças e jovens, para que tenham um futuro melhor, com as oportunidades que foram negadas a seus pais e avós.
Um grande educador brasileiro, meu companheiro Paulo Freire, destacava a importância da educação no combate à desigualdade. Dizia ele:
     “Se a educação sozinha não pode transformar a sociedade, tampouco sem ela a sociedade muda.”
    Por isso nos empenhamos tanto, no meu governo e no governo da presidenta Dilma, para dar um salto de qualidade no ensino público brasileiro.
O orçamento federal para a Educação foi triplicado e supera os 33 bilhões de euros. Nenhum outro país ampliou tanto o investimento em Educação nesse período, de acordo com os indicadores da OCDE.
O Brasil tem hoje um Plano Nacional de Educação que contempla todas as etapas, desde a creche até o pós-graduação, da alfabetização de adultos ao ensino técnico.
Todas as iniciativas são importantes quando se trata de Educação.
Nestes 11 anos, abrimos 18 universidades e 146 novos campi, oferecendo oportunidades aos jovens do interior do país. Aumentamos de 12 para 18 a proporção de alunos por professor.
Adotamos um sistema de cotas que favorece o acesso de negros e indígenas ao ensino superior.
Criamos o PROUNI, um programa de bolsas de estudos em troca da isenção de impostos federais, que abriu as portas das universidades particulares para 1 milhão e 300 mil estudantes de famílias pobres.
Enfrentamos a questão do crédito estudantil com o FIES, um programa em que o governo é o avalista dos empréstimos. O FIES já financiou os estudos de 1 milhão e 500 mil universitários.
Graças a essas iniciativas, o número de estudantes nas universidades públicas e privadas dobrou para 7 milhões.
O programa Ciência Sem Fronteiras levou 60 mil jovens a estudar nas melhores universidades do mundo.
Abrimos em 11 anos 365 escolas técnicas, o que representa duas vezes e meia o que foi feito no século passado.
O Pronatec, criado em parceria com as organizações empresariais, está qualificando 6 milhões de trabalhadores.
Nós acrescentamos de oito para nove anos o tempo de estudo no ensino fundamental, e estamos trabalhando para que todas as crianças estudem em tempo integral.
Introduzimos a realização de Olimpíadas de Matemática, Língua Portuguesa e Ciências na escola pública, que despertaram o interesse de mais de milhões e milhões de alunos.
No país de maior população negra fora da África, adotamos no currículo oficial o ensino da Cultura Afro-Brasileira e da História da África.
Inauguramos, em parceria com os países de língua portuguesa, a Universidade Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira.
Valorizamos os professores, criando por lei o piso salarial nacional para os que lecionam em escolas públicas.
Criamos a Universidade Aberta, um sistema de ensino à distância, com mais de 700 polos no interior do país, para dar formação pedagógica aos professores.
Para garantir que todo esse investimento seja sustentado e crescente, aprovamos a lei que destina à Educação 75% dos royalties do petróleo.
Em nome dos brasileiros, quero agradecer o apoio da Universidade de Salamanca ao Programa Ciência Sem Fronteiras.
Agradeço também o apoio do Santander para trazer turmas de alunos do Prouni a esta universidade.
E quero reconhecer a valiosa contribuição do Centro de Estudos Brasileiros da Universidade de Salamanca para a divulgação do Brasil na Espanha.
Tudo que estamos realizando no campo da Educação, com a contribuição de valorosos parceiros, tem o sentido de proporcionar um futuro melhor para esta geração e para as que virão depois.
Esta é a maior garantia de que o Brasil continuará se transformando e surpreendendo o mundo com novas e profundas transformações.
Magnífico reitor, senhoras e senhores,
Uma das primeiras medidas do nosso governo no campo da educação foi adotar o estudo do idioma Espanhol como segunda língua no currículo escolar.
É lamentável que essa decisão tenha demorado tanto, diante dos laços históricos e culturais que unem Brasil, Espanha e nossos vizinhos da América do Sul.
Para muitas gerações de brasileiros, a palavra Liberdade soou mais forte, mais verdadeira, quando pronunciada no idioma de Cervantes.
Em espanhol se deram primeiros brados de independência na América do Sul. Em espanhol foram escritas as primeiras constituições republicanas.
Em espanhol foram escritos romances que nos apresentaram a América Latina sob uma nova perspectiva, mágica e realista, e que tanto aproximaram nossos povos.
Nos duros tempos do exílio, na Argentina, no Chile, no México, em Cuba, muitos brasileiros aprenderam a cantar e a sonhar, em espanhol, com a unidade latino-americana.
Avançamos na construção deste sonho, consolidando o Mercosul e criando a União das Nações Sul-Americanas – Unasul, e a Comunidade de Estados Latino-Americanos e do Caribe – Celac.
A adoção do ensino de espanhol é coerente com esse processo, bem como a criação da Universidade da Integração Latino-Americana – Unila, que tive a alegria de inaugurar ao final de meu governo.
Os países da América Latina têm origens comuns, e as diferenças de idioma não podem constituir um obstáculo à integração.
Ao contrário: o aprendizado do espanhol está revelando a uma geração de brasileiros a imensa riqueza que podemos compartilhar com os vizinhos.
O espírito da integração não se circunscreve ao comércio e à troca de investimentos, campos em que fizemos enormes progressos na última década.
Estende-se à cultura, à Educação e ao mundo do trabalho.
Conhecer o idioma dos parceiros é parte do processo de construção de uma cidadania mais larga, que há de derrubar fronteiras como as que persistem, por exemplo, no reconhecimento mútuo da formação acadêmica.
O espírito da integração se estende, naturalmente, aos irmãos espanhóis e portugueses, cada vez mais presentes na economia e no cotidiano da América Latina.
Nessa construção vamos aprendendo a cada dia, com a troca de experiências e a constante descoberta de valores e identidades.
O fundamental é manter o rumo e seguir adiante, como nos recomenda o belo poema de Antonio Machado:
“Caminante, no hay camino,
se hace camino al andar.”

Muito obrigado.

Aneel autoriza reajuste de 16,55% na conta de luz

O índice médio de reajuste é de 16,77%, acima do pedido pela Coelce. A autorização é para a partir de 22 de abril
notícia 18 comentários
Átila Varela atilasantos@opovo.com.br
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A conta de luz para o consumidor residencial vai ficar mais cara 16,55% a partir do próximo dia 22 de abril. Isso porque a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou ontem o reajuste tarifário anual da Companhia Energética do Ceará (Coelce). O percentual médio da baixa tensão (incluindo residências e comércios por exemplo) ficou em 17,02%. Para consumidores de alta tensão (indústrias) 16,16%. O percentual médio global ficou em 16,77%.

A Agência esclarece que o reajuste real concedido à Coelce foi de 8,09%, inferior aos 13,83% pleiteados. Contudo, o acréscimo de 8,69% se deu em decorrência dos chamados efeitos financeiros do ano passado. “O IRT (Índice de Reajuste Tarifário) com efeitos financeiros correspondeu ao efeito médio para todos os consumidores de 16,77%”, afirmou a Aneel, por meio de nota. Foram considerados o IGP-M, inflação do setor, dos últimos 12 meses, os custos com compra e transporte de energia e pagamentos de encargos do setor. “A Coelce pode aplicar menos se entende que consegue cobrir suas despesas”, conclui a Agência.

Em nota, a Coelce afirmou: “a diretoria da Aneel definiu (...) o reajuste tarifário da Coelce, que será, em média, de 16,77% para consumidores residenciais, industriais e comércio”.

Térmicas
Entre os efeitos financeiros está o acionamento das usinas térmicas para geração de energia, impactando no custo para o consumidor final. De acordo com o índice comparativo da Aneel, no ano passado a Coelce comprou R$ 10 milhões para a distribuição. Em 2014, esse valor aumentou sete vezes, chegando aos R$ 70 milhões.

Outro fator embutido nos efeitos financeiros que contribuiu para a subida do percentual foi a aprovação de um pleito antigo solicitado pela Coelce ainda em 2003. Trata-se de um valor de R$ 107 milhões referentes aos créditos não compensados do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

A primeira parcela do repasse tarifário, dividido em quatro vezes, é de R$ 46 milhões. O POVO procurou o titular da Secretaria da Fazenda (Sefaz) João Marcos Maia na noite de ontem, mas ele informou que precisaria levantar dados para responder, o que só seria possível hoje.

A Aneel informou que apenas a área técnica poderia se posicionar sobre a cobrança e não retornou as ligações. A Coelce não respondeu à solicitação. No ano passado o reajuste pleiteado pela Coelce foi de 8,1%. Na ocasião, a Aneel autorizou 3,52%.

Para o presidente do Centro Industrial do Ceará (CIC), a indústria têxtil do Estado será a mais prejudicada com o reajuste. “A indústria não pode repassar de imediato o preço para o varejo. O setor industrial não pode ser penalizado por esse aumento”. O próximo passo, segundo ele, é buscar através da seara pública uma linha de diálogo entre os setores da sociedade para questionar o aumento.

SERVIÇO

Aneel disponibiliza endereço para reclamações:
http://bit.ly/19Hl6Wn
Saiba mais

A Revisão Tarifária
É realizada, em média, a cada quatro anos e visa redefinir o equilíbrio econômico-financeiro da concessão.

Reajuste Tarifário
É feito anualmente e visa preservar o equilíbrio econômico-financeiro da concessão.

Revisão extraordinária
É aplicada quando algo extraordinário desequilibra o contrato de concessão. Pode ocorrer a qualquer tempo, independentemente dos reajustes e das revisões anteriormente mencionados, se houver alterações significativas comprovadas nos custos da concessionária.
fonte: opovo

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Vitor Abdala
A taxa de desemprego fechou março em 5%, a menor taxa para o mês desde o início da série histórica iniciada em 2002. O dado é da Pesquisa Mensal de Emprego (PME) divulgado hoje (17) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em fevereiro a taxa foi 5,1% e 5,7% em março de 2013.
O contingente de trabalhadores desocupados ficou em 1,2 milhão de pessoas em março, mantendo-se praticamente estável em relação a fevereiro, mas recuando 11,6% na comparação com março de 2013. A população ocupada, de 22,9 milhões de pessoas, também manteve-se praticamente estável comparada a fevereiro desse ano e março do ano passado.
Entre os setores da economia, houve geração de emprego, na comparação com fevereiro, nos
segmentos da construção (1%) e serviços prestados à empresas (2,6%). Na comparação com março do ano passado, houve crescimento dos postos de trabalho em seis dos sete setores, com exceção da indústria, que teve queda de 0,5%. Os destaques positivos foram a construção (6,6%) e o
comércio (6%).
O número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado ficou praticamente o mesmo de fevereiro, 11,7 milhões. Mas foi registrado um aumento de 2% em relação a março do ano passado.
O rendimento médio real do pessoal ocupado de R$ 2.026,60 em março é 0,3% inferior a fevereiro e 3% superior a março do ano passado.
A Pesquisa Mensal de Emprego (PME) é feita nas regiões metropolitanas do Recife, de Salvador, de Belo Horizonte, do Rio de Janeiro, de São Paulo e de Porto Alegre.

Ufa! Finalmente alguém largou o controle remoto. Aneel foi à TV desmascarar mentiras da Cemig-PSDB

17 de abril de 2014 | 06:55 Autor: Fernando Brito
aneel
Ontem, a gente publicou aqui o vídeo mentiroso – vamos parar de ter medo da palavra, não é?- veiculado pela Cemig nas emissoras de TV de Minas Gerais, apontando a Aneel e o Governo Federal pelo reajuste que ela própria pediu nas tarifas de luz dos mineiros.
Hoje, publica a resposta, imediata e dura, que a Aneel deu a esta farsa, com um comercial esclarecendo quem pediu aumento, de quanto, o quanto foi autorizado e a explicação de que, desejando, o governo de Minas não precisa sequer aplicar este valor.
É que a Aneel só deu autorização para menos a metade dos brutais 29,74% solicitado pela empresa do Governo de Minas, aquela que tem dinheiro em caixa para se candidatar a comprar usinas na Colômbia.
De quebra, o anúncio da Aneel mostra que o Governo mineiro é o que mais encarece a conta de luz, com a maior alíquota de ICMS sobre energia do país.
É isso aí.
Finalmente alguém compreendeu que tem hora que é preciso largar o controle remoto e passar a mão numa boa e velha borduna.
Lá no final, coloco, para quem não viu, o criminoso “comercial” da Cemig.
Mas, antes, porque parece ser a primeira reação à altura tomada por um órgão deste Governo, desde a aposentadoria do blog da Petrobras,  contra a campanha de manipulação com que procuram engabelar o povo brasileiro
O vídeo e a transcrição de seu texto, enquanto aplaudo de pé que ainda exista alguém com brios na propaganda oficial:

“É falsa a afirmação da CEMIG de que o reajuste na conta de luz dos mineiros é decidido pelo Governo Federal. Na verdade, a CEMIG pediu à ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) um reajuste de 29,74%nas contas de luz dos consumidores mineiros. A Aneel autorizou 14,24%.
“Ressalte-se que este é o índice máximo. O reajuste nas contas de luz pode ser menor por decisão da CEMIG e do governo mineiro. Hoje grande parte dos consumidores mineiros paga uma alíquota de até 30% de ICMS na sua tarifa de energia, o maior índice do país.
“Foi a ação do Governo Federal que fez com que, no ano passado, os consumidores de todo o país tivessem uma redução média de 20,2% no valor da conta de luz.”.
E aqui, o vídeo sem-vergonha veiculado pelo Governo mineiro, “empurrando” o reajuste que pediu para o colo do Governo Federal.

Em tempo: leio no Painel que ao governo  vai partir “para cima do governo de Minas e da Cemig pela propaganda em que a estatal de energia mineira responsabiliza o governo federal pela alta de 14% na tarifa elétrica. A AGU vai acionar o Estado governado pelo PSDB na Justiça Eleitoral por uso da máquina pública e no Conar por propaganda enganosa”. É isso: ninguém se põe de pé sem buscar seus sentimentos de honra e dignidade.

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Milenarismo eleitoral: Revista da família Marinho vê Brasil sob tempestade de granizo, pestes, trevas e mortandade

publicado em 13 de abril de 2014 às 20:24

Um clima de desencanto se espalhou pelo país com a enxurrada de más notícias que se abatem sobre o país, como as pragas do Egito. Alta na inflação, falta d’água, risco de apagão, atraso nas obras da Copa, intervenção na Olimpíada, corrupção na Petrobras e em tantas outras esferas de governo – a situação realmente não está fácil.
de Hélio Gurovitz, em editorial da revista Época
As dez pragas do Egito, segundo a Wikipedia: conversão de águas em sangue, invasão de rãs, piolhos e moscas, doenças nos animais, úlceras e tempestade de granizo, nuvens de gafanhotos, trevas e morte dos primogênitos.
Da Pesquisa Indicadores de Progresso Social 2014:
Impressionante os Estados Unidos, com um PIB quatro vezes e meia maior do que o Brasil, terem um indicador de saúde e de bem estar (esperança de vida, morte por doenças entre 30 e 70, taxas de obesidade, mortes por poluição do ar, taxa de suicídios) significativamente pior do que o Brasil. Situação pior ainda em sustentabilidade, devido em particular à massa de emissões de gases de efeito de estufa, uso da água além das reservas e redução de biodiversidade e habitat natural. A Argentina, aliás, fica pior ainda neste quesito. Os itens críticos para o Brasil, naturalmente, são os de segurança, com 37,50 pontos, e de acesso à educação superior, com 38,09 pontos.  Na análise dos autores, “entre os países dos BRICS, o Brasil apresenta o perfil de progresso social mais forte e mais “equilibrado”. Apresenta alguma fraqueza em Necessidades Humanas Básicas (puxada pelo score muito baixo de 37,50 para Segurança Pessoal), mas apresenta uma performance consistentemente boa em todos os componentes tanto dos Fundamentos de Bem Estar como de Oportunidades, com exceção de Educação Superior (38,09, 76º).” Comparando com o conjunto dos BRICS, o relatório considera que “quatro dos cinco BRICS fazem parte do quarto nível, inclusive Brasil 46º com um score de 69,97, África do Sul 69º com 62,96, Rússia 80º com 60,79, e China 90º com 58,67. A Índia fica fora dos 100 primeiros em termos de progresso social, com um score mal superando 50. Os países da América latina estão bem representados no quarto grupo. Argentina 42º, Brasil 46º, e Colômbia, México e Peru colocados nos lugares 52º, 54º e 55º respectivamente”.
Dilemas da mídia na democracia
O dilema, na democracia, não é entre uma imprensa calada ou essa que temos. Uma imprensa monopolizada por algumas famílias, que atua como um partido político.
por Emir Sader em 07/04/2014 às 06:22, na Carta Maior
A Presidente Dilma Rousseff costuma dizer que “prefere a imprensa barulhenta que calada”. Só que esse dilema se colocava na ditadura, quando a imprensa podia ser calada pela ditadura e era preferível que, qualquer que fosse sua orientação, permanecesse livre para expressá-la.
Na democracia as opções são outras. Ninguem quer calar a imprensa. Essa é a versão que ela busca dar das propostas de democratização dos meios de comunicação. Estas, ao contrário, não querem que ninguém deixe de falar, mas que muito mais gente, oxalá todos, possam se expressar.
O dilema, na democracia, não é, então, entre uma imprensa calada ou essa que temos. Uma imprensa monopolizada por algumas famílias, que define o que diz, como, quando, que pretende ser o partido de oposição, que distorce e/ou esconde a verdade. Uma imprensa financiada pelas agências de publicidade e, através destas, pelas grandes empresas, que colocam publicidade e, por meio delas, condicionam o funcionamento da imprensa.
Uma imprensa que escolhe quem vai escrever, como e quando, alinhando-se abertamente – conforme confissão explicita disso – como partido politico da oposição. Uma imprensa que, apenas dos índices econômicos revelarem o oposto: a economia cresce, aumenta o nível de emprego, os salários sobem acima da inflação, a inflação está controlada – cria um clima de incerteza, de preocupação, de insegurança, que por sua vez, se reflete em pesquisas manipuladas. Essa a imprensa que temos hoje, que condiciona as chamadas “agências de risco”, que pressiona sistematicamente o governo pelo aumento da taxa de juros, que representa não a população, mas o capital financeiro.
A alternativa a essa mídia antidemocrática não é calá-la. É democratizar a formação da opinião publica, limitando o poder monopolista dos meios atuais, abrindo canais alternativos da mídia – TV, rádio, jornais, internet. Ao não avançar em nada nessa direção, o governo é vitima da monopolização antidemocrática da mídia.
A mídia criou um clima de “terrorismo econômico”. E no marco de um modelo hegemonizado pelo capital especulativo, sumamente volátil e sensível a movimentos bruscos, esse clima tem efeito, aqui e lá fora. E o governo assiste impassível a essas manobras que anulam as tentativas do governo de canalizar recursos para os investimentos produtivos. O governo reage defensivamente, aumentando sucessivamente a taxa de juros diante do fantasma artificialmente construído do risco inflacionário. Reage exatamente como os especuladores e seus ventríloquos na mídia desejam – aumentando as tendências recessivas, pela atração dos capitais para a especulação.
Os boatos, o pânico forjado, o terrorismo da inflação, ao não ter respostas politicas, se tornam forças materiais e as auto profecias se cumprem, deixando o governo em um circulo vicioso. Sem democratização dos meios de comunicação, quebrando essa cadeia antidemocrática e especulativa, nem sequer a retomada do crescimento econômico será possível e sustentável. O dilema da mídia na democracia não é entre mídia monopolista ou silêncio, mas entre terrorismo econômico da ditadura midiática ou democratização dos meios de comunicação.
fonte: viomundo

terça-feira, 8 de abril de 2014

ENTREVISTA LULA A BLOGUEIROS

Em entrevista a blogueiros, Lula descarta ser candidato, pede debate politizado sobre Petrobrás e defende Constituinte e regulação da mídia

publicado em 8 de abril de 2014 às 14:10

Foto Ricardo Stuckert, Instituto Lula
08 de abril de 2014 • 11h56 • atualizado às 12h54

Lula descarta ser candidato e pede fim de “boataria”
do Terra
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu o fim da “boataria” sobre sua possível candidatura à presidência da república nas eleições deste ano. Em evento com blogueiros em São Paulo nesta terça-feira, Lula descartou a hipótese de se lançar como candidato e endossou seu apoio a Dilma Rousseff.
“Não sou candidato. Gostaria que vocês contribuíssem para acabar com essa boataria. A Dilma é a minha candidata”, afirmou o ex-mandatário antes do início de entrevista com os presentes no evento.
Em meio à queda na aprovação do governo da presidente Dilma Rousseff e perda de terreno na disputa eleitoral, segundo as últimas pesquisas, o nome de Lula voltou a ser cotado. Quando aparece em cenários nas pesquisas de intenção de voto, o ex-presidente continua demonstrando musculatura para ser eleito no primeiro turno se fosse candidato, o que tem reforçado os rumores do “volta Lula”.
Os números da pesquisa mais recente, feita em abril e divulgada pelo instituto Datafolha no sábado, mostraram que se Lula fosse o candidato petista, 52% dos entrevistados votariam nele. Com Dilma candidata, o percentual ficou em 38% , ante 44 por cento de pesquisa feita em fevereiro.
No cenário com Lula, o pré-candidato do PSDB, o senador Aécio Neves, manteria os 16%, e o presidente do PSB e ex-governador pernambucano, Eduardo Campos, ficaria com 11%. O ex-presidente também se adiantou em assegurar que não tem divergências com a presidente Dilma. “Tem que ter cuidado para não dar palpite para quem está governando”, afirmou. “Eu disse um dia que se houvesse divergência entre a Dilma e mim, ela estaria certa, e acabaria a divergência”, acrescentou.
Mensalão
Durante o evento, em que foram abordadas diversas questões sobre a política contemporânea, Lula também abordou o julgamento da Ação Penal 470.
“Eu espero que o PT tenha aprendido a lição do que significou a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do mensalão. Essa CPI deixou marcas profundas nas entranhas do PT. Se o PT tivesse feito um debate politico quando deveria, e não ficasse esperando um debate jurídico, história seria outra. Vocês sabem que a imprensa construiu a historia desse julgamento e só o tempo irá mostrar”, disse o ex-presidente.
Lula questiona até hoje o início das investigações que resultaram no processo do mensalão. “Penso como é possível uma CPI que começou a investigar R$ 3 mil reais, em uma empresa pública comandada pelo PMDB, investigou gente do PDT e acabou no PT”, falou o ex-presidente, ao se referir à CPI dos Correios, origem do escândalo do Mensalão.
Sobre a Petrobras, Lula citou que, em 2009, “se levantou uma CPI contra a Petrobras”. De acordo com o petista, o Tribunal de Contas da União sempre esteve dentro da empresa e que tudo será investigado. “Esse caso de Pasadena já foi para o TCU, já foi para o Senado, voltou outra vez possivelmente porque algumas das pessoas que estão ansiosas por uma CPI trabalham com a o enfraquecimento da Petrobras. Que brasileiro se interessa pelo enfraquecimento da Petrobras?”
Para Lula, a questão de Pasadena é usada com propósito eleitoral por membros da oposição. “A gente vê oposição que nunca quis CPI, agora tentando tirar proveito de seis meses de campanha”, concluiu.
Mudança na base aliada
Lula também demonstrou estar desapontado com a candidatura do ex-aliado do PT, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB). “Tenho uma bela relação com o Eduardo Campos, já tinha uma bela relação com o avo dele. Sou agradecido com tudo que ele contribuiu e ele deve ser muito agradecido a tudo que o meu governo contribuiu para o Estado de Pernambuco. (…) Espero que ele faça a campanha, se for fazer uma campanha de apresentação, tudo bem. A Dilma precisa governar esse País para que o País não seja pego de sobressalto”, disse.
Lula questiona o posicionamento de Campos ao se tonar concorrente do PT. “Na hora em que rompe com o PT, não há sinal de ir para a esquerda, o sinal é ir para a direita. Eu não compreendo”, falou.
Saúde
Quando questionado sobre a situação da Saúde no Brasil, Lula voltou a criticar o processo que resultou no fim da CPMF. O ex-presidente ressaltou os avanços dos últimos anos, mas concluiu que é impossível ter uma saúde de qualidade sem um imposto exclusivo. “Dizem que no governo tem muito recurso. Todo mundo acha que tem dinheiro de sobra, e não tem. A saúde custa caro”, disse.
“No fundo, no fundo, quiseram acabar com a CPMF para evitar a maior fiscalização do governo no negócio de sonegação de impostos do brasil. Eles tiraram, só naquele ano, R$ 50 bilhões da Saúde. Se você somar os 4 anos de mandato, foram quase R$ 200 bilhões que tiraram da saúde no meu mandato.”
Com informações da Agência Reuters
PS do Viomundo: O ex-presidente também manifestou-se contra a aprovação da lei antiterrorismo que é debatida no Congresso.

domingo, 6 de abril de 2014

Álvaro Dias é expulso por estudantes de universidade do PR após palestra sobre ética; assista ao vídeo

Álvaro Dias teve que empreender fuga ontem (4) à noite depois de palestra sobre "ética" na Universidade Estadual do Centro-Oeste, em Guarapuava, a 250 km de Curitiba; senador atribuiu protesto a "grupelhos do PCdoB e PT despreparados para o debate de ideias afrontaram a democracia"; acadêmicos devolveram acusando o parlamentar de ser uma espécie de Demóstenes Torres (falso moralista) do Paraná; "Cavalaria, abaixo o choque! Cavalaria, abaixo o choque!", gritavam os estudantes, em referência ao confronto da PM com professores em 1988, quando o tucano era governador do Paraná; assista ao vídeo com as vaias, a fuga e todo o quiproquó.
Álvaro Dias teve que empreender fuga ontem (4) à noite depois de palestra sobre “ética” na Universidade Estadual do Centro-Oeste, em Guarapuava, a 250 km de Curitiba; senador atribuiu protesto a “grupelhos do PCdoB e PT despreparados para o debate de ideias afrontaram a democracia”; acadêmicos devolveram acusando o parlamentar de ser uma espécie de Demóstenes Torres (falso moralista) do Paraná; “Cavalaria, abaixo o choque! Cavalaria, abaixo o choque!”, gritavam os estudantes, em referência ao confronto da PM com professores em 1988, quando o tucano era governador do Paraná; assista ao vídeo com as vaias, a fuga e todo o quiproquó.
O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) foi literalmente expulso ontem à
noite da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), no
município de Guarapuava, a 250 km de Curitiba, na região Centro do
Paraná.
O tucano falou à comunidade acadêmica sobre “Ética na vida pública”. “Cavalaria, abaixo o choque! Cavalaria, abaixo o choque!”, gritavam os estudantes nos corredores da Unicentro em perseguição à comitiva
do senador Álvaro Dias, que teve de deixar às pressas o prédio da
Universidade, após a conferência. As vaias e o quiproquó todo foram registrados em vídeo (assista logo abaixo).
Em 30 de agosto de 1988, quando Álvaro era governo do Paraná
 Batalhão de Choque e Cavalaria da PM foram utilizados para dispersar professores em greve que protestavam em frente ao Palácio
 Iguaçu (sede do governo estadual). A partir desse confronto,
todos os anos, profissionais da educação fazem eventos para
relembrar o “massacre” atribuído ao tucano.
Em seu perfil no Facebook (clique aqui), o senador acusou “grupelhos do PCdoB e PT” de tumultuar o evento de ontem na Unicentro. Segundo ele, “despreparados para o debate de ideias afrontaram a democracia”.
“Revelaram o medo que começa a ganhar corpo, de que os detentores do poder, estão em fim de festa com a aproximação das eleições”, observou o parlamentar do PSDB.
Não foi somente Álvaro Dias que teve problemas com estudantes no dia de ontem (4). Em Umuarama, na região Noroeste do estado, a 563 km da capital paranaense, o governador Beto Richa (PSDB) bateu boca com o estudante de agronomia Luan Ferro, do campus da UEM, cujo vídeo do entrevero foi mostrado neste blog em primeira mão (clique aqui).
Assista ao vídeo com as vaias contra Álvaro:

sábado, 5 de abril de 2014

 

Documento da embaixada americana confirma; Roberto Marinho atuou nos bastidores da ditadura


No dia 14 de agosto do 1965, ano seguinte ao golpe, o então embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Lincoln Gordon, enviou à seus superiores um telegrama classificado como altamente confidencial - agora já aberto a consulta pública – narrando  o encontro que teve na embaixada com Roberto Marinho, o então dono das Organizações Globo. A conversa era sobre a sucessão ditatorial.
O telegrama informava  que Marinho estava "trabalhando silenciosamente" com um grupo composto pelo general Ernesto Geisel, na época,  chefe da casa militar; o General Golbery do Couto e Silva, chefe do SNI; Luis Vianna, chefe da Casa Civil, e outros, pela prorrogação ou renovação do mandato do ditador Castello Branco.
No início de julho de 1995, a pedido do grupo, Roberto Marinho teve um encontro com Castello para persuadi-lo a prorrogar ou renovar o mandato. O general mostrou-se resistente a ideia, segundo o relato. Neste encontro o dono da Globo também sondou a disposição de trazer o então embaixador em Washington Juracy Magalhães para ser ministro da Justiça.  Castello, aceitou a  indicação, que acabou acontecendo  depois das eleições para governador  em outubro. O objetivo era ter Juracy por perto como possível alternativa a suceder o ditador, e para endurecer o regime, já que o ministro Milton Campos era considerado gentil demais para a pasta, segundo relata o telegrama. De fato, Juracy foi para a Justiça, apertou a censura aos meios de comunicação e pediu a cabeça de jornalistas de esquerda aos donos de jornais.
No dia 31 de julho do mesmo ano, aconteceu um  novo encontro. Roberto Marinho explica  que, se Castello restaurasse eleições diretas para sua sucessão, os políticos com mais chances seriam os da oposição. E novamente age para persuadir Castello a prorrogar seu mandato ou reeleger-se sem o risco do voto direto. Marinho disse ter saído satisfeito do encontro, pois o ditador foi mais receptivo. Na conversa, Marinho também disse que o grupo que ele frequentava preferia que fizesse emenda constitucional para permitir a reeleição de Castello com voto indireto e com aquela formação do Congresso, onde não haveria risco de perder. Debateu também as pretensões do general Costa e Silva à sucessão.
Gordon escreveu no telegrama ao Departamento de Estado de seu país que o sigilo da fonte era essencial, ou seja, era para manter segredo sobre Roberto Marinho informar ao embaixador americano o que o general-presidente havia lhe dito em privado.
Pelo histórico de apoio das Organizações Globo à ditadura, estes fatos não trazem surpresa, mas agora há a confirmação documental.

 

Artigo de Lula: A saúde das economias emergentes

                Nos últimos meses têm surgido na mídia internacional alguns juízos apressados e superficiais sobre um inevitável declínio econômico dos chamados países emergentes e a sua suposta “fragilidade”.
Os que pensam assim não compreendem o alcance das transformações que o mundo viveu nas últimas décadas e o verdadeiro significado do salto histórico que deram países como a China, a Índia, o Brasil, a Turquia e a África do Sul, entre vários outros. Não percebem que a economia desses países, além de crescer de modo extraordinário, passou também por uma mudança de qualidade. Tornou-se  mais diversificada, eficiente e profissional. E muito mais rigorosa e prudente do ponto de vista macroeconômico, sobretudo no que se refere às políticas fiscal e monetária. Não levam em conta que os países emergentes, com tremendo esforço e determinação,  reduziram sistematicamente  a sua vulnerabilidade interna e externa e agora estão muito mais aptos a enfrentar as oscilações econômicas globais. Por isso, quem os avalia por critérios superados, de décadas atrás – os estereótipos sobre as eternas mazelas do “terceiro mundo”– acaba subestimando a sua solidez e o seu potencial de crescimento.
Até pelos erros de avaliação cometidos na véspera da crise de 2008, quando grandes empresas norte- americanas e europeias à beira da falência eram consideradas por muitos analistas como modelo de solidez e competência, penso que seria recomendável maior objetividade nos diagnósticos e, principalmente, nos prognósticos.
Um dos principais ensinamentos a tirar da crise, que não surgiu nas  nações em desenvolvimento, mas nos países mais ricos do planeta, é que as opiniões sobre as economias e o destino dos países devem evitar tanto o elogio inconsistente quanto o alarmismo sem fundamento. A busca equilibrada da verdade é sempre o melhor caminho. E isso supõe examinar de perto, meticulosamente, sem preconceitos nem velhos clichês, a economia real de cada país.
Os países emergentes, obviamente, não estão nem nunca estiveram isentos de desafios. Integrados ao mercado mundial, tem que lidar com as consequências de um maior ou menor dinamismo da economia global. Mas hoje não dependem exclusivamente das exportações que, apesar da crise, mantiveram um volume muito expressivo. Os países emergentes criaram fortes mercados internos, ainda com enorme horizonte de expansão.  A retomada dos Estados Unidos e da Europa não torna essas economias menos atrativas para o investimento estrangeiro, que continua a chegar em grande quantidade. As economias desenvolvidas precisam, mais do que nunca, de mercados ainda elásticos para a sua produção, e esses mercados estão principalmente na Ásia, na América Latina e na África. Sem falar que o crescimento norte-americano e europeu tende a favorecer o conjunto do comércio mundial.
A queda no ritmo de crescimento dos emergentes costuma ser exemplificada com a situação da China, que chegou a crescer 14 por cento ao ano e hoje cresce em torno de 7%.  É evidente que, com a desaceleração dos países ricos, a China não poderia manter a mesma velocidade de expansão. O que se esquece, porém, é que 10 anos atrás o PIB da China era de cerca de 1.6 trilhão de dólares e hoje é de quase 9 trilhões de dólares. A taxa de crescimento é menor, mas sobre uma base muitíssimo maior. Além disso, deixou de ser um país quase que exclusivamente exportador, para desenvolver também o seu mercado interno, o que demanda novas importações. Por outro lado, graças à imensa poupança e acúmulo de reservas, a China passou a ser uma importante fonte de investimentos externos na Ásia, na África e na América Latina.
Embora sejam economias menores do que a China, os outros emergentes, com diferentes ritmos de crescimento – mas sempre crescendo – também apresentam boas perspectivas.
É o caso do Brasil, que está sabendo ajustar-se ao novo cenário internacional e tem condições concretas não só de manter as suas conquistas econômicas e sociais, mas de continuar avançando.
Os dados da economia brasileira falam por si. No último decênio, o Brasil conseguiu tornar-se em vários aspectos um novo país. O PIB, que em 2003 era de 550 bilhões de dólares, hoje  supera os 2.1 trilhões. Somos hoje a sétima economia do mundo. O comércio externo passou de 119 bilhões de dólares anuais em 2003 para 480 bilhões em 2013. O país tornou-se um dos seis maiores destinos de investimento externo direto, recebendo 63 bilhões de dólares só no ano passado, de acordo com as Nações Unidas. É grande produtor de automóveis, máquinas agrícolas, celulose, alumínio, aviões; e líder mundial em carnes, soja, café, açúcar, laranja e etanol.
Baixamos a inflação de 12.5 por cento em 2002 para 5.9 por cento em 2013. Há dez anos consecutivos ela permanece dentro dos limites estabelecidos pela autoridade monetária, mesmo com a aceleração do crescimento. Reduzimos a divida pública líquida praticamente à metade; de 60.4 por cento do PIB para 33.8 por cento. Desde 2008, o país fez superávit primário médio anual de 2.5 por cento, o melhor desempenho entre as grandes economias. E a Presidenta Dilma Rousseff anunciou o esforço fiscal necessário para manter a trajetória de redução da divida em 2014.
Com 376 bilhões de dólares em reservas, dez vezes mais do que em 2002. Diferentemente do passado, hoje o Brasil pode lidar com flutuações externas ajustando o câmbio sem turbulências nem artifícios.
Esses resultados poderiam ter sido ainda melhores, não fossem os impactos da crise sobre o crédito, o câmbio e o comércio global. A recuperação dos Estados Unidos é uma excelente notícia, mas neste momento a economia mundial reflete a retirada dos estímulos do FED. E, mesmo nessa conjuntura adversa, o Brasil cresceu 2.3 por cento no ano passado, um dos melhores resultados dentre os países do G-20 que já divulgaram os indicadores de 2013.
O mais notável é que, desde 2008, enquanto o mundo, segundo a OIT, destruiu 62 milhões de empregos, o Brasil criou 10.5 milhões de novos postos de trabalho. A taxa de desemprego é a menor da nossa história. Não vejo indicador mais robusto da saúde de uma economia.
Há uma década o país trabalha ativamente para ampliar e modernizar a sua infraestrutura. Aumentamos a capacidade energética de 80 mil MW para 122 mil MW e estamos construindo três hidrelétricas de grande porte. Além disso, o governo lançou um vasto programa de concessões de portos, aeroportos, rodovias, hidrovias e distribuição e geração de energia no valor de mais de 170 bilhões de dólares.
Recentemente estive com investidores globais, em Nova Iorque, mostrando como o Brasil se prepara para dar passos ainda maiores na nova etapa da economia mundial. Pude comprovar que eles  tem uma visão ao mesmo tempo realista e positiva do país e do seu potencial de crescimento. Seguirão investindo no Brasil e, com certeza, terão bons resultados, crescendo junto com o nosso povo.
O novo papel que os países emergentes assumiram na economia global não é algo efêmero, transitório. Eles vieram para ficar. A sua força evitou que o mundo mergulhasse, a partir de 2008, numa recessão generalizada. E não será menos importante para que a economia global volte a ter um ciclo de crescimento sustentado.
(Luiz Inácio Lula da Silva é ex-presidente do Brasil, que agora trabalha em iniciativas globais com Instituto Lula e pode ser seguido em facebook.com/lula).

quinta-feira, 3 de abril de 2014

247 - A pesquisa Datafolha que será divulgada neste fim de semana deve apontar queda da presidente Dilma Rousseff e alta dos oposicionistas Aécio Neves, do PSDB, e Eduardo Campos, do PSB. O motivo para isso é a própria estrutura do questionário preparado pelo Datafolha, que foi obtido pelo 247.
Isso porque o entrevistado vai sendo preparado para uma percepção de mal-estar antes de responder o que realmente interessa, que é em quem pretende votar nas eleições presidenciais de outubro.
A intenção de voto para presidente da república é abordada em oito questões. No entanto, antes disso, são colocadas quatro sobre a percepção do governo Dilma, três sobre a percepção do país atual, sete sobre a percepção da economia, quatro sobre violência, duas sobre a Copa do Mundo, uma sobre os protestos de junto, cinco sobre a questão da refinaria de Pasadena, comprada pela Petrobras, cinco sobre a percepção de emprego e três sobre a falta de chuvas e o abastecimento de água e energia – neste caso, com um detalhe: embora São Paulo esteja à beira de um racionamento de água, o problema é apresentado como federal, capaz de produzir apagões.
Segundo o professor Dioney Moreira Gomes, do Departamento de Linguística da Universidade de Brasília, a sequência e os termos usados na pesquisa do instituto Folha, de Otávio Frias Filho, demonstração tendenciosidade e o desejo de produzir um resultado: queda da presidente Dilma, alta dos oposicionistas.
A revista começa pela percepção sobre alta dos alimentos:

O verbo notar já pressupõe alteração, ou seja, traz carga de indução. Em seguida, vem violência:

A palavra agressão é um termo bem abrangente do que assalto ou roubo. Serve até para uma briga de trânsito ou uma discussão no trabalho. No entanto, a resposta positiva pode ampliar a percepção sobre violência.

Depois disso, vem a Copa:

Aqui começa a se revelar a importância da sequência das perguntas. Após ser aproximado de uma realidade de violência em três momentos (perguntas 24, 25 e 26), o entrevistado ouve uma pergunta sobre Copa do Mundo. E a percepção positiva de um evento festivo nem chega perto da associação de ideias. A tendência de resposta vai ser negativa, contrária ao evento.

“Por trazer duas impressões distintas, a impressão pessoal e a coletiva, essa pergunta permite respostas contraditórias. Se você for fanático por futebol, eis a brecha para dizer que a Copa vai ser positiva – e ainda pode dizer que o evento vai ser negativo para o resto do Brasil”.

 Na sequência de oito perguntas anteriores, o entrevistado foi levado a pensar em insegurança, violência, alta de preços e Copa do Mundo realizada em momento inapropriado. Esta pergunta fala de protestos. Ainda que o entrevistado não tenha ouvido falar em protesto nenhum, ele vai inferir que, se há protesto, é porque algo está errado. Eis o motivo pelo qual uma única pergunta sobre protestos é mais que suficiente neste questionário Datafolha.

Mais uma vez, destaca. Em seguida, depois de dez questões que o induziram a pensar em caos, o entrevistador quer saber do entrevistado suas impressões a respeito da questão da compra da refinaria de Pasadena pela Petrobras. 
Outro detalhe: “Tomar conhecimento” significa estar por dentro dos fatos; “não tomar conhecimento” é estar por fora. A tendência de resposta do entrevistado é de que sim, tomou conhecimento – ainda que nem saiba do que se trata. Mas isso não é motivo para preocupação, pois o Datafolha induzirá as próximas respostas. Acompanhe.

Segundo o professor da UnB, o leitor é induzido a responder a segunda opção. Com um raciocínio simples: “ainda que eu não tenha ouvido falar em nada, se algo aconteceu de errado tem a ver com maracutaia, corrupção”, explica Dioney.

Na sequência, o questionário Datafolha chegou à pergunta que, para Dioney, equivale à que foi feita a respeito do ex-presidente Lula à época do mensalão. A intenção aqui é imputar a culpa na presidente. E as perguntas seguintes ajudam a sacramentar no entrevistado a ideia de que algo muito errado se passa na Petrobras.
Depois disso, vêm as chuvas, capazes de produzir um racionamento de energia, mas não a falta de água em São Paulo.

O Datafolha trará as respostas a todas essas indagações no próximo fim de semana, quando serão divulgados os resultados da pesquisa registrada no TSE sob número PO 813739.
Mas o resultado já é previsível. Tanto que a especulação corre solta na Bovespa, onde, ontem, as ações de estatais dispararam – diante da perspectiva de queda da presidente Dilma.
FONTE: BRASIL 247

 

Cantanhede vai ter um troço. Galeão ampliará para 60 milhões de passageiros/ano.

Trabalhadores não constroem aeroportos só para ricos viajarem. Hoje todos viajam.
A madame Eliane Cantanhede, jornalista da Folha de São Paulo, que andou se queixando do povão nos aeroportos, pode ir se acostumando porque cada vez mais trabalhadores brasileiros vão sentar do lado dela nos aviões e aeroportos.

O tempo do pedreiro Waldemar que construía aeroporto para a Cantanhede viajar, ficou no passado, na marchinha carnavalesca. Agora ele também viaja, e vai viajar cada vez mais.

A presidenta Dilma assinou nesta quarta (2) o contrato de concessão do Aeroporto Internacional Tom Jobim, o Galeão, no Rio de Janeiro que obriga a concessionária a investir gradativamente para ir ampliando a capacidade até chegar a 60 milhões de passageiros por ano até 2038.

Em 2013 passaram pelo Galeão 17 milhões de passageiros, o que já é um grande crescimento. Há 10 anos atrás eram 4,6 milhões.

Copa para quem? Para o povo brasileiro aumentar sua renda, é claro.

Além do benefício para o viajante brasileiro, tem o benefício para a economia nacional e para gerar empregos.

O interesse de empresas privadas que estão investindo acima do esperado nos aeroportos ao lado da Infraero (que continua estatal), mostra o acerto que foi trazer a Copa 2014 e as Olimpíadas 2016 para o Brasil.

Os investimentos se baseiam na previsão do crescimento do movimento, e essas grandes atrações impulsionam o turismo por vários anos e elevam para um novo patamar mais alto de fluxo turístico. Além disso atraem negócios na área de eventos. É mais empregos e renda mais alta para os brasileiros.

E QUANDO VOCÊ LIGA A TV PARECE QUE O PAÍS ACABOU, SÃO UNS SAFADOS!



02/04/2014

Faturamento da indústria cresce 6% em fevereiro em relação ao mês anterior, aponta CNI

É o que informa a pesquisa Indicadores Industriais. Sem as influências sazonais, essa é a maior taxa de variação mensal desde março de 2009

A indústria repetiu em fevereiro o comportamento positivo do mês anterior, com todos os indicadores registrando crescimento comparativamente a janeiro último e a fevereiro de 2013. A pesquisa Indicadores Industriais, divulgada nesta quarta-feira (2), pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), revela que de janeiro para fevereiro aumentaram o faturamento real, a utilização da capacidade instalada (UCI), o emprego, as horas trabalhadas, a massa salarial real e o rendimento médio real.

Sem as influências sazonais, o faturamento cresceu 6% em fevereiro  sobre janeiro, a maior taxa de variação mensal desde março de 2009. Em relação ao mesmo mês de 2013, o faturamento subiu 12,4%. Após três meses de queda, o faturamento do setor de móveis cresceu 11,9% sobre fevereiro do ano passado. Tal desempenho se deve, em grande parte, ressalta a CNI, ao maior número de dias úteis em fevereiro, uma vez que o feriado de carnaval ocorreu, este ano, em março.

Feitos os ajustes sazonais, a UCI manteve-se praticamente no mesmo nível de janeiro, com 82,6%, apenas 0,1 ponto percentual acima da capacidade instalada do mês anterior, indicando estabilidade.

Na comparação com fevereiro do ano passado, 14 dos 21 setores abrangidos pelo levantamento assinalaram elevação das horas trabalhadas, com destaque para o setor de outros equipamentos de transporte (aviões, navios, trens), com mais 10%.

TRABALHO EM ALTA - Com a atividade mais aquecida em fevereiro, o emprego cresceu 0,4% em relação a janeiro, na série dessazonalizada, o sexto avanço mensal consecutivo. Em relação a fevereiro de 2013, a alta foi de 1,4%. Na comparação com o primeiro bimestre do ano passado, o aumento foi igualmente de 1,4%. o gerente executivo de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco, falou ao Portal da Indústria sobre esses números. Ouça:


A massa salarial real aumentou 1,5% sobre janeiro, descontados os fatores sazonais, e ficou 7% acima do valor ocorrido em fevereiro do ano passado. O rendimento médio real dos trabalhadores da indústria registrou expansão de 0,3% em fevereiro comparativamente ao mês anterior, sem os fatores sazonais. Já as horas trabalhadas na produção aumentaram 1,6% de um mês para o outro, descontadas as influências sazonais.

Para Flávio Castelo Branco, o desempenho positivo da indústria neste início de ano não pode, ainda,se configurar como uma tendência. Prevê ele que em março, por causa do menor número de dias, devido ao carnaval, algumas das variáveis dos indicadores industriais não repitam a boa performance dos dois meses iniciais do ano. "As oscilações constantes da atividade industrial, especialmente no ano passado, recomendam cuidado", ressalta.

FONTE: PORTAL DA INDÚSTRIA
http://www.portaldaindustria.com.br/cni/imprensa/2014/04/1,35497/faturamento-da-industria-cresce-6-em-fevereiro-em-relacao-ao-mes-anterior-aponta-cni.html?utm_source=digital&utm_medium=twitter&utm_campaign=indicadoresindustriais