quinta-feira, 28 de março de 2013

A entrevista completa de Lula para o Valor Econômico 

 

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu o Valor num hotel na zona sul de São Paulo depois do seminário “Novos Desafios da Sociedade”, promovido pelo jornal.
Valor: Como está sua saúde?
Luiz Inácio Lula da Silva: Agora estou bem. Há um ano vou à fisioterapia todos os dias às 6h da manhã. Minha perna agora está 100%. Estou com 84 quilos. É 12 a menos do que já pesei mas é oito a mais do que cheguei a ter. Não tem mais câncer, mas a garganta leva um bom tempo para sarar. A fonoaudióloga diz que é como se fosse a erupção de um vulcão. Tem uma pele diferenciada na garganta que leva tempo para cicatrizar. Quando falo dá muita canseira na voz. Já tenho 67 anos. Não é mais a garganta de uma pessoa de 30 anos.
Valor: O senhor deixou de fumar e beber?
Lula: Não dá mais porque irrita a garganta.
Valor: Dois anos e três meses depois do início do governo Dilma, qual foi seu maior acerto e principal erro?
Lula: Quando deixei a Presidência, tinha vontade de dar minha contribuição para a Dilma não me metendo nas coisas dela. E acho que consegui fazer isso quando viajei 36 vezes depois de deixar o governo. Fiquei um ano imobilizado por causa do câncer. Estou voltando agora por uma coisa mais partidária. Sinceramente acho que no meu governo eu deixei muita coisa para fazer. Por isso foi importante eleger a Dilma, para ela dar continuidade e fazer coisas novas. O Brasil nunca esteve em tão boas mãos como agora. Nunca esse país teve uma pessoa que chegou na Presidência tão preparada como a Dilma. Tudo estava na cabeça dela, diferentemente de quando eu cheguei, de quando chegou Fernando Henrique Cardoso. Você conhece as coisas muito mais teóricas do que práticas. E ela conhecia por dentro. Por isso que estou muito otimista com o sucesso da Dilma e ela está sendo aquilo que eu esperava dela. Foi um grande acerto. Tinha obsessão de fazer o sucessor. Eu achava que o governante que não faz a sucessão é incompetente.
http://www2.valoronline.com.br/sites/default/files/imagecache/media_library_300_197/gn/13/03/foto27pri-101-e-lula-a1_0_196_755_494.jpgValor: A presidente baixou os juros, desonerou a economia, reduziu tarifas de energia e apreciou o câmbio. Ainda assim não se nota entusiasmo empresarial por seu governo ou sua reeleição. A que o senhor atribui a insatisfação? Teme-se que esse governo não tenha uma política anti-inflacionária tão firme ou é pela avaliação de que o governo Dilma seja intervencionista?
Lula: Não creio que haja má vontade dos empresários com a presidente. Passamos por algumas dificuldades em 2011 e 2012 em função das políticas de contração para evitar a volta da inflação. Foi preciso diminuir um pouco o crédito e aí complicou um pouco, mas Dilma tem feito a coisa certa. Agora tem conversado mais com setores empresariais. Acho que os empresários brasileiros, e eu vivi isso oito anos assim como Fernando Henrique também viveu, precisam compreender que uma economia vai ter sempre altos e baixos. Não é todo dia que a orquestra vai estar sempre harmônica. O importante é não perder de vista o horizonte final. O Brasil está recebendo US$ 65 bilhões de investimento direto. Então não dá para se ter qualquer descrença no Brasil nesse momento. Nunca os empresários brasileiros tiveram tanto acesso a crédito com um juro tão baixo. Vamos supor que a Dilma não tivesse a mesma disposição para conversar que eu tinha. Por razões dela, sei lá. O dado concreto é que, de uns tempos para cá, a Dilma tem colocado na agenda reuniões com empresários e partidos políticos.
Valor: Os empresários acham que ela é ideológica demais…
Lula: O que é importante é que ela não perde suas convicções ideológicas, mas não perde o senso prático para governar o país. Ela não vai governar o país com ideologia. Se alguém ainda aposta no fracasso da Dilma, pode começar a quebrar a cara. Ela tem convicção do que quer. Esses dias liguei para ela e disse para tomar cuidado para não passar dos 100%. Porque há espaço para ela crescer. Vai acontecer muito mais coisa nesse país ainda. Não adianta torcer para não ter sucesso. Não há hipótese de o Brasil não dar certo.
Valor: A queixa é de que tudo que eles [os empresários] precisam têm que falar com a presidente porque os ministros não têm autonomia para decidir, ela não delega. É isso?
Lula: Se isso foi verdade, já acabou. Sinto, nos últimos meses, que a Dilma tem feito muito mais reuniões. Tem soldado muito mais o governo. A pesquisa mostra que o governo vem crescendo e vai chegar perto dela nas pesquisas. E os ajustes vão acontecendo. É a primeira vez que a gente tem uma mulher. O papel dela não é tão fácil quanto o meu porque 99% das pessoas que recebia eram homens, e homem fala coisa que mulher não pode falar, conta piada. Não há hábito do homem ainda perceber a mulher num cargo mais importante. Mas os homens vão ter que se acostumar. Uma mulher não pode se soltar numa reunião onde só tenha homem. Então acho que as pessoas têm que aprender a gostar das outras pessoas como elas são. A Dilma é assim e é assim que ela é boa para o Brasil. A mesma coisa é a Graça [Foster]. É uma mulher muito respeitada também. Não brinca nem é alegre, mas cada um tem seu jeito de ser.
Valor: Seu governo viabilizou projetos essenciais para o rumo que a economia pernambucana tomou, como o polo petroquímico e a fábrica da Fiat. A pré-candidatura Eduardo Campos, que agrega adversários fidagais de seu governo, como Jarbas Vasconcelos e Roberto Freire, e anima até José Serra, é uma traição?
Lula: Não. Minha relação de amizade com Eduardo Campos e com a família dele, que passa pela mãe, pelo avô e pelos filhos, é inabalável, independentemente de qualquer problema eleitoral. Eu não misturo minha relação de amizade com as divergências políticas. Segundo, acho muito cedo pra falar da candidatura Eduardo. Ele é um jovem de 40 e poucos anos. Termina seu mandato no governo de Pernambuco muito bem avaliado. Me parece que não tem vontade de ser senador da República nem deputado. O que é que ele vai ser? Possivelmente esteja pensando em ser candidato para ocupar espaço na política brasileira, tão necessitada de novas lideranças. Se tirar o Eduardo, tem a Marina que não tem nem partido político, tem o Aécio que me parece com mais dificuldades de decolar. Então é normal que ele se apresente e viaje pelo Brasil e debata. Ainda pretendo conversar com ele. A Dilma já conversou e mantém uma boa relação com ele.
Valor: O Fernando Henrique teve como candidato um ministro e o senhor também. O senhor acha que ainda é possível demover Eduardo Campos com a proposta de que ele se torne um ministro importante no governo Dilma e depois seu candidato? É possível se comprometer com quatro anos de antecedência?
Lula: Somente Dilma é quem pode dizer isso. Não tenho procuração nem do Rui Falcão [presidente do PT] nem da Dilma para negociar qualquer coisa. Vou manter minha relação de amizade com Eduardo Campos e minha relação política com ele. Até agora não tem nada que me faça enxergá-lo de maneira diferente da que enxergava um ano atrás. Se ele for candidato vamos ter que saber como tratar essa candidatura. O Brasil comporta tantos candidatos. Já tive o PSB fazendo campanha contra mim. O Garotinho foi candidato contra mim. O Ciro também. E nem por isso tive qualquer problema de amizade com eles. Candidaturas como a do Eduardo e da Marina só engrandecem o processo democrático brasileiro. O que é importante é que não estou vendo ninguém de direita na disputa.
Valor: Já que o senhor tem uma relação tão forte de amizade com ele, vai pedir para Eduardo Campos não se candidatar?
Lula: Não faz parte da minha índole pedir para as pessoas não se candidatarem porque pediram muito para eu não ser. Se eu não fosse candidato eu não teria ganho. Precisei perder três eleições para virar presidente. Eu não pedirei para não ser candidato nem para ele nem para ninguém. A Marina conviveu comigo 30 anos no PT, foi minha ministra o tempo que ela quis, saiu porque quis e várias pessoas pediram para eu falar com ela para não ser candidata e eu disse: “Não falo”. Acho bom para a democracia. E precisamos de mais lideranças. O que acho grave é que os tucanos estão sem liderança. Acho que Serra se desgastou. Poderia não ter sido candidato em 2012. Eu avisei: não seja candidato a prefeito que não vai dar certo. Poderia estar preservado para mais uma. Mas Serra quer ser candidato a tudo, até síndico do prédio acho que ele está concorrendo agora. E o Aécio não tem a performance que as pessoas esperavam dele.
Valor: Quem é o adversário mais difícil da presidente: Aécio, Marina ou Eduardo?
Lula: Não tem adversário fácil. O que acho é que Dilma vai chegar na eleição muito confortável. Se a gente trabalhar com seriedade, humildade e respeitando nossos adversários e a economia estiver bem, com a inflação controlada e o emprego crescendo, acho que certamente a Dilma tem ampla chance de ganhar no primeiro turno.
Valor: Como vai ser sua atuação na campanha de 2014? Vai atuar mais nos bastidores, na montagem das alianças, ou vai subir em palanque em todos os Estados?
Lula: Eu quero palanque.
Valor: Vai subir em Pernambuco e pedir votos para Dilma?
Lula: Vou. Vou lá, vou em Garanhuns, vou no Rio, São Paulo, na Paraíba, em Roraima…
Valor: Seus médicos já liberaram?
Lula: Já. Se eu não puder eu levo um cartaz dela na mão (risos). Não tem problema. Acho que ela vai montar uma coordenação política no partido e eu não sou de trabalhar bastidores. Eu quero viajar o país.
Valor: Nem às costuras de alianças o senhor vai se dedicar?
Lula: Não precisa ser eu. O PT costura.
Valor: Quais são as alianças mais difíceis? Como resolver o problema do Rio?
Lula: No Rio tem uma coisa engraçada porque nós temos o Pezão, que é uma figura por quem eu tenho um carinho excepcional. Nesses oito anos aprendi a gostar muito do Pezão, um parceiro excepcional. E tem o Lindbergh.
Valor: Ele disse que vai fazer o que o senhor mandar…
Lula: Não é bem assim. Eu não posso tirar dele o direito de ser candidato. Ele é um jovem talentoso, um encantador de serpentes, como diriam alguns, com uma inteligência acima da média, com uma vontade de trabalhar, como poucas vezes vi na vida. Ele quer ser. Cabe ao partido sempre tratar com carinho, porque nós temos que ter sempre como prioridade o projeto nacional. Ou seja: a primeira coisa é a eleição da Dilma. Não podemos permitir que a eleição da Dilma corra qualquer risco. Não podemos truncar nossa aliança com o PMDB. Acho que o PT trabalha muito com isso e que Lindbergh pode ser candidato sem causar problema. Acho que o Rio vai ter três ou quatro candidaturas e ele, certamente, vai ser uma candidatura forte. Obviamente Pezão será um candidato forte, apoiado pelo governador e pela prefeitura. Na minha cabeça o projeto principal é garantir a reeleição de Dilma. É isso que vai mudar o Brasil.
Valor: Aqui em São Paulo o candidato é o Padilha?
Lula: Olha, acho que a gente não tem definição de candidato ainda. Você tem Aloizio Mercadante, que na última eleição teve 35% dos votos, portanto ele tem performance razoável. Tem o Padilha, que é uma liderança emergente no PT, que está em um ministério importante. Tem a Marta que eu penso que não vai querer ser candidata desta vez. Tem outras figuras novas como o Luiz Marinho, que diz que não quer ser candidato. Tem o José Eduardo Cardozo, que vira e mexe alguém diz que vai ser candidato e você pode construir aliança com outros partidos políticos. Para nós a manutenção da aliança com o PMDB aqui em São Paulo é importante.
Valor: Isso passa até pelo PT aceitar um candidato do PMDB?
Lula: Se tiver um candidato palatável, sim. Nós nunca tivemos tanta chance de ganhar a eleição em São Paulo como agora. A minha tese é a mesma da eleição de Fernando Haddad. Ou seja, alguém que se apresente com capacidade de fazer uma aliança política além dos limites do PT, além dos limites da esquerda. Como é cedo ainda, temos um ano para ver isso. Eu fico olhando as pessoas, vendo o que cada um está fazendo. E pretendo, se o partido quiser me ouvir, dar um palpite.
Valor: Em 2012, em São Paulo, o senhor defendeu a renovação do partido, com um candidato novo. Essa fórmula será mantida para o governo do Estado?
Lula: Hoje temos condições de ver cientificamente qual é o candidato que o povo espera. Por exemplo, quando Haddad foi candidato a prefeito, eu nunca tive qualquer preocupação. Todas as pesquisas que a gente trabalhava, as qualitativas que a gente fazia, toda elas mostravam que o povo queria um candidato como ele. Então era só encontrar um jeito de desmontar o Russomanno, que em algum lugar da periferia se parecia com o candidato do PT. Na época eu não podia nem fazer campanha direito. Estava com a garganta inchada. Eu subia no caminhão para fazer discurso sem poder falar, mas era necessário convencer as pessoas de que o candidato do PT era o Haddad, não era o Russomanno. Quando isso engrenou, o resto foi mais tranquilo. Para o governo do Estado é a mesma coisa. Não é quem sai melhor na pesquisa no começo. É quem pode atender os anseios e a expectativa da sociedade.
Valor: E quem pode?
Lula: Não sei. Temos que ter muito critério na escolha. A escolha não pode ser em função só da necessidade da pessoa, de ela querer ser. Tem que ser em função daquilo que é importante para construir um leque de aliança maior. Temos que costurar aliança, temos que trazer o PTB, manter o Kassab na aliança e o PMDB. Precisamos quebrar esse hegemonismo dos tucanos aqui em São Paulo, porque eles juntam todo mundo contra o PT. Precisamos quebrar isso. Acho que temos todas as condições.
Valor: Desde que deixou a Presidência, o senhor tem sido até mais alvejado que a presidente. Foi acusado de tentar manter a chefe do gabinete da Presidência da República em São Paulo. Agora foi acusado de ter suas viagens financiadas por empreiteiras. Como o senhor recebe essas críticas e como as responde?
Lula: Quando as coisas são feitas de muito baixo nível, quando parecem mais um jogo rasteiro, eu não me dou nem ao luxo de ler nem de responder. Porque tudo o que o Maquiavel quer é que ele plante uma sacanagem e você morda a sacanagem. É que nem apelido: se eu coloco um apelido na pessoa e a pessoa fica nervosa e começa a xingar, pegou o apelido. Se ela não liga, não pegou o apelido. Tenho 67 anos de idade. Já fiz tudo o que um ser humano poderia fazer nesse país. O que faz um presidente da República? Como é que viaja um Clinton? A serviço de quem? Pago por quem? Fernando Henrique Cardoso? Ou você acha que alguém viaja de graça para fazer palestra para empresários lá fora? Algumas pessoas são mais bem remuneradas do que outras. E eu falo sinceramente: nunca pensei que eu fosse tão bem remunerado para fazer palestra. Sou um debatedor caro. E tem pouca gente com autoridade de ganhar dinheiro como eu, em função do governo bem-sucedido que fiz neste país. Contam-se nos dedos quantos presidentes podem falar das boas experiências administrativas como eu. Quando era presidente, fazia questão de viajar para qualquer país do mundo e levar empresários, porque achava que o presidente pode fazer protocolos, assinar acordo de intenções, mas quem executa a concretude daquilo são os empresários. Viajo para vender confiança. Adoro fazer debate para mostrar que o Brasil vai dar certo. Compre no Brasil porque o país pode fazer as coisas. Esse é o meu lema. Se alguém tiver um produto brasileiro e tiver vergonha de vender, me dê que eu vendo. Não tenho nenhuma vergonha de continuar fazendo isso. Se for preciso vender carne, linguiça, carvão, faço com maior prazer. Só não me peça para falar mal do Brasil que eu não faço isso. Esse é o papel de um político que tem credibilidade. Foi assim que ganhei a Olimpíada, a Copa do Mundo. Quando Bush veio para cá e fomos a Guarulhos, disse a ele que era para tirarmos fotografia enchendo um carro de etanol. Tinham dois carros, um da Ford e um da GM, e ele falou: “Eu não posso fazer merchandising”. Eu disse: “Pois eu faço das duas”. Da Ford e da GM. E o Bush tirou foto com chapéu da Petrobras. Sem querer ele fez merchandising da Petrobras. Você sabe que eu fico com pena de ver uma figura de 82 anos como o Fernando Henrique Cardoso viajar falando que o Brasil não vai dar certo. Fico com pena.
Valor: O senhor acha que São Paulo corre risco de perder a abertura da Copa porque o Banco do Brasil não vai liberar dinheiro sem garantias?
Lula: Sinceramente não acredito que as pessoas que fizeram o sacrifício para chegar onde chegaram vão se permitir morrer na praia agora. A verdade é que o Corinthians precisa de um estádio de futebol independentemente de Copa do Mundo. São Paulo não pode ficar fora da Copa. Acho que seria um prejuízo enorme do ponto de vista político e simbólico o Estado mais importante da Federação, com os times mais importantes da Federação – com respeito ao Flamengo – esteja fora da Copa do Mundo. É impensável. Eles que tratem de arranjar uma solução.
Valor: O senhor voltará à política em 2018?
Lula: Não volto porque não saí.
Valor: Voltará a se candidatar?
Lula: Não. Estarei com 72 anos. Está na hora de ficar quieto, contando experiência. Mas meu medo é falar isso e ler na manchete. Não sei das circunstâncias políticas. Vai saber o que vai acontecer nesse país, vai que de repente eles precisam de um velhinho para fazer as coisas. Não é da minha vontade. Acho que já dei minha contribuição. Mas em política a gente não descarta nada.
Valor: Que análise o senhor faz do julgamento do mensalão?
Lula: Não vou falar por uma questão de respeito ao Poder Judiciário. O partido fez uma nota que eu concordo. Vou esperar os embargos infringentes. Quando tiver a decisão final vou dar minha opinião como cidadão. Por enquanto vou aguardar o tribunal. Não é correto, não é prudente que um ex-presidente fique dizendo “Ah, gostei de tal votação”, “Tal juiz é bom”. Não vou fazer juízo de valor das pessoas. Quando terminar a votação, quando não tiver mais recursos vou dizer para você o que é que eu penso do mensalão.

HADDAD DO PT ENSINA GOVERNANTES DO PSDB, COMO EVITAR UM PINHEIRINHO

Haddad diz que decreto evitou 'drama social' em terreno na zona leste

Prefeito de São Paulo critica Tribunal de Justiça por rejeitar primeiro pedido apresentado pela administração municipal para barrar ação policial contra 700 famílias
Publicado em 27/03/2013, 17:10
Última atualização às 17:10
Haddad diz que decreto evitou 'drama social' em terreno na zona leste
Durante visita a um centro da CET, Haddad afirmou que era preciso evitar a repetição da falta de ajuda a vítimas de reintegração de posse (Foto: Alexandre Moreira/Brazil Photo Press/Folhapress)
São Paulo – O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, afirmou hoje (27) que se viu forçado a agir de maneira emergencial para evitar que se agravasse ainda mais a repressão da Polícia Militar contra moradores de um terreno localizado no Jardim Iguatemi, na zona leste da cidade. “Você primeiro faz uma parceria com a comunidade, faz o cadastramento das famílias sem atropelos e depois faz o decreto. Então nós invertemos a ordem para que o juiz se sensibilizasse e pudesse rever sua decisão, que ia criar um drama social na cidade”, disse.
O Diário Oficial do Município trouxe hoje o decreto que torna de interesse público o terreno, alvo de ação de desapropriação na véspera contra 700 famílias. Ontem, após ação da prefeitura, o Tribunal de Justiça de São Paulo determinou a interrupção da intervenção policial. Horas antes, Haddad havia cobrado publicamente o fim do operativo. Segundo nota divulgada pela administração municipal, a secretária estadual de Justiça, Eloísa Arruda, telefonou ao desembargador responsável pelo caso após o pedido do prefeito.
“É um estudo que deveria ter sido feito antes do decreto, juntamente com o prazo de cadastramento das famílias. Mas como era uma situação de emergência em que havia risco social envolvido, nós tomamos a providência de destacar uma equipe para redigir o decreto. Agora que está superada esta situação, vamos fazer os procedimentos habituais da prefeitura.”
Ao mesmo tempo, Haddad criticou o Judiciário paulista por rejeitar o primeiro pedido da prefeitura para suspender a desapropriação. “Nós queríamos evitar o que já aconteceu tantas vezes no nosso país: um drama social não ter atendimento”, disse.
Agora, a Companhia Metropolitana de Habitação (Cohab) fará o processo de desapropriação do terreno em 133 mil metros quadrados em nome de Heráclites Batalha. As famílias devem ser cadastradas em programas habitacionais em 120 dias, e no local deve ser erguido um conjunto para moradia.

quarta-feira, 27 de março de 2013





Dilma não troca crescimento

por inflação menor

A Urubóloga e os colonistas multi-uso preferem matar o doente para curá-lo.
Saiu no Valor, o PiG (*) cheiroso, onde a simples transcrição de declarações é interposta por considerações editorializadas:

Não acredito em política de inflação que reduz crescimento, diz Dilma



Por Sergio Leo | Valor
BRASÍLIA -

O combate à inflação com medidas de desaquecimento econômico é uma “política superada”, um “receituário que quer matar o doente”, definiu nesta quarta-feira a presidente Dilma Rousseff, após a reunião dos presidentes dos Brics, o grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

“Não concordo com políticas de combate à inflação que olhem a questão da redução do crescimento econômico”, disse Dilma, em conversa com jornalistas.

“Temos uma contra-prova dada pela realidade: tivemos baixo crescimento no ano passado e houve aumento da inflação porque houve choque de oferta devido à crise.”

Entre os fatores inflacionários, a presidente apontou a pressão de custos com o aumento de preços dos alimentos. Além disso, argumentou que o governo vem reduzindo preços com a redução de impostos sobre empresas e queda no custo de energia elétrica. Para Dilma, “a inflação está controlada” e os aumentos de preços seriam “conjunturais”.

Ignorando (sic) o papel do Banco Central (BC) no combate à alta dos preços, Dilma respondeu ao ser indagada se a inflação recrudesceu: “Quem fala sobre a inflação é o ministro da Fazenda”.

Mesmo assim (sic) , ela respondeu que “esse receituário que quer matar o doente em vez de curar a doença é meio complicado”, disse. “Vou acabar com o crescimento no país? Isso está datado, é uma política superada.”

“Isso não significa que o governo não está atento e acompanha diuturnamente essa questão da inflação”, ressalvou a presidente, que disse acreditar, porém (sic) , que a inflação no país “está controlada”.

Note bem, amigo navegante: a inflação está controlada, segundo a Presidenta.
Ou seja, para ela, está de bom tamanho.
Não adianta a turma dos jênios dos juros pedir juros para derrubar (sic) a inflação, ou, como alternativa, “demitir todo mundo” – clique aqui para ler “Renda do brasileiro aumenta e os neolibelês (**) querem demissões em massa”.
(Clique aqui para ler “IPEA, o crescimento recomeça”.)
O que as declarações na África do Sul podem significar é que a presidenta não dá a mínima bola para os jênios dos juros e seus especialistas multi-uso que não sabem nada de nada – clique aqui para ver o antológico discurso do Requião no Senado, em que trata dos “multi-uso” da Globo News, do Entre Caspas e da CBN.
Os jênios dos juros, como se percebe, pregam o que a Dilma rejeita: matar o doente para curá-lo.
Foi o que fez em Imortal e cinzento Governo o Farol de Alexandria.
Ele quebrou o Brasil três vezes, vendeu as joias da família – clique aqui para ler “FHC ao FMI – está tudo à venda !” -, aumentou a divida e levou os juros a 45%.
Esse é o Jênio Máximo !
De quem o Lula tem até pena, porque vai ao exterior – pago – para falar mal do Brasil.
Mas, que o tucanuardo protege, ao levar um banho de Lula da Dilma.




Clique aqui para ler no Blog do Planalto: “Em entrevista, Dilma afirma que o grande desafio dos Brics é aumentar o investimento em infraestrutura”.

E aqui para ler ainda no Blog do Planalto: “Para Dilma, Brics compensaram efeitos da crise com comércio e investimento”.


Paulo Henrique Amorim

Para Dilma, Brics compensaram efeitos da crise com comércio e investimento

Presidenta Dilma Rousseff posa para foto oficial com os chefes de Estado e de Governo na V Cúpula dos Brics. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR
Presidenta Dilma Rousseff posa para foto oficial com os chefes de Estado e de Governo na V Cúpula dos Brics. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR
A presidenta Dilma Rousseff disse nesta quarta-feira (27), em Durban, na África do Sul, em declaração à imprensa durante a V Cúpula dos Brics, que os países integrantes – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – utilizaram o comércio e os investimentos para contrabalançar os efeitos da crise econômica internacional.
“Nossos países, eles têm contrabalançado os efeitos da continuada crise econômica financeira internacional tanto pela via do comércio quanto dos investimentos. Demos passos importantes hoje para a criação de um banco de desenvolvimento (…) é nossa contribuição para a economia global em um de seus aspectos mais decisivos: o do financiamento do desenvolvimento”, disse.
Mais cedo, durante o lançamento do Conselho Empresarial dos Brics, a presidenta disse que os países integrantes do bloco resistiram à crise global com políticas que reforçam a estabilidade econômica e a capacidade de crescimento. Dilma Rousseff afirmou ainda que 2014 será um ano especial pois o Brasil sediará, alem da Copa do Mundo, a próxima Cúpula dos Brics.
“2014 será um ano especial no Brasil, não só pela Copa do Mundo, mas também, e aqui nesta reunião sobretudo, por sermos a próxima sede da cúpula dos Bricse muito me alegra a perspectiva de recebê-los em meu país. Estejam certos de que nosso empenho e nossa determinação em reforçar o patrimônio que nós conquistamos até hoje, esse patrimônio de realizações que acumulamos será honrado nesta VI cúpula a se realizar no Brasil”.

FONTE: BLOG DO PLANALTO

terça-feira, 26 de março de 2013

E saiu no CQC...


 

Haddad evita um
Pinheirinho em São Paulo

Haddad mostra a Alckmin e à Justiça como resistir a grandes brasileiros (como Naji Nahas).
Tropa de choque usou bombas para dispersar moradores (Foto: Luiz Carlos Murauskas/Folhapress)


Saiu na Rede Brasil Atual:

Haddad intervém para impedir desocupação de área com 750 famílias



Ação da tropa de choque, a mando da Justiça, começou na manhã desta terça-feira (26); prefeitura promete declarar terreno na zona leste de utilidade pública

Por: João Paulo Soares, da Rede Brasil Atual

São Paulo – O prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) informou hoje (26), durante o anúncio do Plano de Metas de seu governo, que a prefeitura está intercedendo para reverter a reintegração de posse de um terreno na zona leste da cidade onde vivem 750 famílias de sem-teto. A desocupação, por ordem judicial a pedido do proprietário, começou hoje de manhã com homens da tropa de choque da Polícia Militar, que usou bombas de efeito moral para dispersar moradores que protestavam na frente do terreno.

Segundo Haddad, o secretário de Habitação do município, José Floriano de Azevedo Marques Neto, foi instruído a procurar o dono da área, Heráclides Batalha, para tentar uma solução negociada, que passaria pela desapropriação amigável do local. Batalha, porém, não teria aceito a proposta.

Diante disso, a prefeitura diz que irá publicar um decreto nos próximos dias declarando a área de utilidade pública. Ao mesmo tempo, segundo o secretário de Assuntos Jurídicos, Luís Massonetto, a administração entrou com uma petição no Tribunal de Justiça de São Paulo para suspender a reintegração.

O terreno fica no Jardim Iguatemi e tem 132 mil metros quadrados.


Em tempo:
quem será o poste que o Lula vai esolher para o lugar do Alckmin em 2014 ?

(Clique aqui para ler o que aconteceu em Pinheirinho e aqui para ver o vídeo em que a Juiza enaltece o trabalho da Polícia em Pinheirinho.)

Em tempo 2: saiu na Folha (*):

Reintegração de posse na zona leste de SP é suspensa



A reintegração de posse do terreno no Jardim Iguatemi, na zona leste de São Paulo, foi suspensa no começo da tarde desta terça-feira (26). A ordem foi dada pelo Comandante Geral da PM, Benedito Meira, por volta das 13h. Segundo a PM, a operação foi suspensa após um acordo entre moradores, prefeitura e proprietários do terreno.

A área já estava controlada pela PM. De acordo com policiais, moradores e membros da prefeitura devem se reunir na tarde de hoje no Fórum de Itaquera, na zona leste de São Paulo.

HADDAD

O prefeito Fernando Haddad (PT) cancelou a agenda do início da tarde de hoje para acompanhar a tentativa de reverter a reintegração de posse. Às 16h30, o prefeito tem um encontro com o presidente do TJ, Ivan Sartori.

Durante a apresentação do plano de metas do governo, na tarde de hoje, o prefeito disse que iria publicar um decreto de utilidade pública para suspender a remoção das famílias e desapropriar o terreno.

O prefeito disse também que já havia pedido a suspensão da reintegração de posse para o juiz, mas o magistrado decidiu que fosse feita hoje. 


FONTE: PHA
Lula critica capacidade de dirigentes europeus em combater crise
Por Cristiane Agostine e Raphael Di Cunto | Valor
SÃO PAULO - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta terça-feira que faltam lideranças políticas na União Europeia para enfrentar a crise econômica. Segundo Lula, os dirigentes europeus estão “aquém das necessidades” para tomar decisões que enfrentem os problemas econômicos.
“O sistema financeiro assumiu um papel tão importante por ausência de regulação política. É coisa gravíssima e não está acertada ainda”, disse Lula, ao discursar durante o evento “Novos Desafios da Sociedade”, promovido pelo Valor, em São Paulo, com a presença do ex-presidente espanhol Felipe González.
Ana Paula Paiva/ValorEm seminário do Valor, Lula afirma que ONU não representa mais o mundo do século XXI
O ex-presidente brasileiro observou que faltam “mais decisões políticas do que econômicas” no enfrentamento da crise europeia. “Político precisa existir para resolver crise.  Há problemas políticos para serem resolvidos. É preciso equilibrar poder de decisão política na União Europeia. Tudo está subordinado às eleições”, afirmou o ex-presidente.
Lula disse que, em sua percepção, na última eleição para escolha de representantes da União Europeia, muitos chefes do Executivo optaram por escolher políticos mais fracos do que eles, com o intuito de manterem-se fortes. “É um erro porque quanto mais fraco eu escolher, mais fraco eu serei. Faltaram decisões políticas no momento certo”, afirmou. “É um pacto pela mediocridade”, disse.
Para Lula, a solução para a crise econômica na Europa é ter mais crescimento econômico, geração de emprego e renda. “Não haverá solução para a crise se não voltar a consumir e a produzir”. Acrescentou ainda que os países em desenvolvimento podem suprir parte do consumo dos produtos fabricados na Europa, para ajudar na superação da crise.
O ex-presidente também defendeu a participação da sociedade nas decisões para resolver a crise econômica. “Terá que ter muitas passeatas, muitas manifestações, muitas greves, para os políticos se darem conta de que tem que agir”, afirmou o petista, para voltar a cobrar a participação de jovens, sindicatos de trabalhadores e empresários na tomada de decisões.
O ex-presidente declarou que a ONU não representa mais o mundo do século XXI. Além disso, criticou a Organização Mundial do Comércio (OMC) e o Fundo Monetário Internacional (FMI) e disse que essas instituições não funcionam mais e que não há um centro de decisões no mundo atual.
”As instituições criadas não resolvem mais o nosso problema. A ONU não representa hoje o mundo do século XXI. Está superada do tempo e do espaço, carente de novas representações e de discussões”, disse. “Não se explica hoje não ter a participação de países da América Latina, África, a própria Índia [na ONU]. Não conheço um presidente que não esteja de acordo, mas não tem ninguém disposto a mudar”, completou Lula, reforçando a necessidade de o mundo ter um governança global.
O ex-presidente ainda ironizou o FMI e disse que a instituição “não existe” na crise europeia e americana. “O FMI só apareceu para mostrar que está sem dinheiro”, afirmou. “A ONU não funciona corretamente, o FMI não tem a representatividade que deveria ter e a OMC também não funciona, porque foi terceirizada”, declarou no seminário.
FONTE: VALOR ECONOMICO

sexta-feira, 22 de março de 2013


“Não existe nenhum país com a perspectiva de futuro que o Brasil tem”, diz Lula a empresários franceses

"Não existe nenhum país no mundo com a perspectiva de futuro que o Brasil tem", disse Lula no jantar
Foto: Heinrich Aikawa/Instituto Lula
Ex-presidente participou de encontro com empresários e parlamentares franceses promovido pelo Consulado da França em São Paulo
  • Foto: Heinrich Aikawa/Instituto Lula
  • Foto: Heinrich Aikawa/Instituto Lula
  • Foto: Heinrich Aikawa/Instituto Lula
Lula participou na noite desta quinta-feira (21) de um jantar realizado pelo Consulado da França em São Paulo para empresários franceses que atuam no Brasil e parlamentares da França interessados na política aeroespacial do país. O ex-presidente falou do avanço das relações entre França e Brasil nos últimos anos, da necessidade de superação da crise internacional por meio do crescimento e das boas perspectivas que o Brasil tem pela frente.
Para baixar imagens em alta resolução, visite o Picasa do Instituto Lula.
“Não existe nenhum país no mundo com a perspectiva de futuro que o Brasil tem”, afirmou Lula lembrando a consolidação da democracia, a ascensão social e a criação de empregos no país. Ele falou que o Brasil ainda tem problemas, mas que muitos deles são decorrentes do crescimento e não da estagnação. “Hoje esse país tem o que ofertar a quem aqui quiser investir”, declarou.
Ele lembrou também o Fórum para o Progresso Social realizado pelo Instituto Lula e pela Fundação Jean-Jaurès, em dezembro de 2012, em Paris, e convidou todos para a segunda edição do seminário, que acontecerá nos dias 11 e 12 de julho, em São Paulo. O principal tema debatido no encontro do ano passado foi a necessidade de colocar o crescimento como saída para a crise.
Sobre as relações entre Brasil e França, Lula ressaltou que a força dos laços que unem os dois países e os avanços das relações nos últimos anos. A balança comercial entre os países, que era de 3,4 bilhões de dólares em 2003 chegou a 10 bilhões em 2012, citou Lula. Ele afirmou ainda considerar “um salto de qualidade” na relação entre os dois países a declaração assinada em dezembro do ano passado pela presidenta Dilma e pelo presidente François Hollande intitulada “Por uma nova etapa da parceria estratégica Brasil-França”.
Um dos anfitriões, o embaixador da França no Brasil, Bruno Delaye, disse estar honrado em receber o ex-presidente e afirmou que “Lula é a pessoa fora da Europa mais adorada pelos franceses”. Ele lembrou que Lula e Mandela são os grande nomes internacionais reconhecidos pelas diversas tendências políticas da França. “Admiramos ele porque ele mudou as coisas, mudou a vida de milhares de pessoas”, explicou. O outro anfitrião foi o cônsul da França em São Paulo, Damien Loras. Também falou no evento o empresário brasileiro André Esteves.
Fala de Lula
Em seu discurso, Lula lembrou que “o patamar atual de nossas relações e as perspectivas favoráveis que temos não caíram do céu. Refletem um esforço conjunto de muitos anos”. Ouça abaixo a fala completa ou veja o discurso lido do presidente (o texto não inclui os improvisos):
Querido embaixador Bruno Delaye, querido cônsul Damien Loras, demais diplomatas franceses que atuam no Brasil.
É com satisfação que participo desse encontro com dirigentes de empresas francesas que investem no Brasil, com os parlamentares que nos visitam e demais convidados desta noite.
Agradeço o convite para estar aqui hoje com vocês. Cumprimento o caro amigo André Esteves. Acredito que esta reunião acontece em um momento particularmente positivo e auspicioso da relação França-Brasil.
No Fórum pelo Progresso Social que o Instituto Lula e a Fundação Jean Jaurès realizaram juntos em dezembro passado, em Paris, com a presença dos Presidentes Dilma Rousseff e François Hollande, ficou muito evidente a força dos laços que nos unem. Estiveram conosco, ali, importantes lideranças públicas e privadas dos dois países e os principais ministros dos respectivos governos, além de dirigentes de organismos multilaterais. A opinião geral é de que a cooperação Brasil-França, que já é muito boa, pode e deve ser ainda mais forte e abrangente.
O patamar atual de nossas relações e as perspectivas favoráveis que temos não caíram do céu. Refletem um esforço conjunto de muitos anos, tanto na esfera pública quanto na privada, que de modo consciente e determinado intensificamos na última década.
Para que vocês tenham uma ideia, a partir de 2003 houve 23 encontros entre os Presidentes brasileiro e francês e nada menos que 13 visitas de Presidentes franceses ao Brasil ou brasileiros à França. E nenhuma dessas atividades foi meramente protocolar. Todas elas se debruçaram sobre uma densa agenda de trabalho, discutindo e tomando decisões operativas sobre temas bilaterais e globais.
Desse modo, quando lançamos – o então Presidente Chirac e eu – em 25 de maio de 2006, a Parceira Estratégica França-Brasil, não se tratava de uma mera proclamação de intenções ou de retórica política. A parceria estratégica consolidou os esforços já realizados, nas mais diversas áreas, e estabeleceu objetivos ousados – mas concretos e palpáveis – para os anos seguintes.
Agora, quando li a declaração conjunta dos Presidentes François Hollande e Dilma Rousseff, de 11 de Dezembro último, a minha alegria foi grande. Porque neste documento está registrado um compromisso efetivo, que tem tudo para dar um novo salto de qualidade nas relações políticas, econômicas, sociais, cientificas e culturais entre os nossos países. Não é mais um abstrato e vazio “protocolo de intenções”. Sinceramente, ninguém pode deixar de considerar atentamente esse documento.
O seu título é muito pertinente: Por uma nova etapa da parceria estratégica Brasil-França. Os dois Presidentes decidiram “aprofundar” a parceira estratégica bilateral e dotá-la “de novas ambições” – e essa é uma atitude corretíssima porque já fizemos muito – mas podemos e devemos fazer muito mais. O que foi feito não é apenas para ser celebrado, mas para ser potencializado – ou fortalecido – e sobretudo ampliado.
Ali se afirma, de modo inequívoco, que os dois países vão incrementar suas iniciativas conjuntas tanto no que diz respeito às relações bilaterais quanto ao enfrentamento da crise internacional.
É nesse contexto que se situa a nossa relação. E é sobre essas duas dimensões que quero compartilhar com vocês algumas reflexões. Primeiro sobre a crise global, depois sobre as nossas relações bilaterais.
Concordo inteiramente com a decisão dos dois presidentes de “promover sua visão como de uma ordem internacional mais próxima e mais justa e de um sistema multilateral mais eficaz e representativo”.
E mais ainda quando afirma a necessidade de superar a crise internacional pela via de crescimento, da solidariedade e de uma cooperação global fortalecida. E que “a responsabilidade orçamentária deve ser acompanhada pela adoção de medidas de retomada do crescimento econômico que permitam aumentar o nível de emprego e preservar as conquistas sociais”.
O crescimento é a saída para a crise. Foi esse o espírito que nos moveu no Brasil em 2008, quando a crise se evidenciou. O incentivo à produção, ao investimento, que foi atendido por empresários brasileiros, franceses e de vários países do mundo possibilitou um salto significativo no nosso mercado interno de consumo.
Combinado com uma ação efetiva do Estado, através do Programa de Aceleração do Crescimento, o PAC, e articulado com uma série de programas sociais de combate à pobreza, o resultado foi claro: desenvolvimento econômico com redução significativa das desigualdades sociais. Sempre com a manutenção permanente e consolidada de todas as instituições democráticas. Uma combinação que poucos países do mundo hoje podem compartilhar.
A chave do sucesso brasileiro foi transformar os pobres, que eram vistos como um problema, em parte fundamental da solução. Tornaram-se trabalhadores, consumidores, cidadãos, e fizeram a roda da economia girar.
É esse quadro, consolidado e seguro que o Brasil ofereceu até aqui para os investidores e empreendedores de todo o mundo e que nossos amigos franceses tiveram a oportunidade de conhecer para lhes dar segurança para atuar em nosso país.
Esse quadro se mantém intacto até aqui e suas perspectivas para os próximos anos são todas promissoras. Apesar de alguns problemas e dificuldades que ainda persistem e são do conhecimento de todos vocês que estão no Brasil há anos, temos todos os motivos para manter o otimismo. A taxa de desemprego no Brasil é a menor da nossa história. A inflação está sob controle. Não tivemos, não temos e não teremos crise na área energética, por mais que uns poucos torçam por isso.
Nosso ambiente de negócios é tranquilo, transparente e do conhecimento de vocês. Fizemos muito até aqui juntos e temos muito ainda para fazer juntos. Nosso intercâmbio comercial que era de US$ 3,48 bilhões em 2003 passou para US$ 10 bi em 2012, mas isso ainda é pouco para duas das maiores economias do mundo. Somos parceiros históricos, com laços inseparáveis entre nossos povos.
Em dezembro passado, em Paris, nossos presidentes deixaram claro o rumo do crescimento como saída para crise. Hoje, tenho a oportunidade de reforçar junto a vocês essa convicção. Desde já, trabalhamos juntos para organizar a segunda sessão do nosso Fórum pelo Progresso Social. Desta vez, aqui em São Paulo, nos próximos dias 11 e 12 de julho. Agora pretendemos reunir os representantes dos principais bancos de desenvolvimento do mundo. Desde já, eu convido vocês a participar deste esforço. Obrigado pelo encontro de hoje e considero que o nosso próximo encontro já está marcado.
fonte INTITUTO LULA

PAULO BERNARDO JÁ DEVERIA TER DEIXADO CARGO, PNBL É UMA VERGONHA



Breno Altman sobre Paulo Bernardo: “escárnio”, “ruptura” e “afronta” ao PT
publicada quinta-feira, 21/03/2013 às 19:03 e atualizada quinta-feira, 21/03/2013 às 19:45

“O ministro (…) optou por um discurso de ruptura, contra a orientação que o PT defende para o setor. Assumiu o papel de porta-voz dos interesses das grandes corporações de comunicação e telefonia (…) Se o PT não afirmar claramente que Bernardo quebrou laços de confiança, sairá diminuído do episódio”
por Breno Altman, no Vermelho
As declarações do ministro das Comunicações, em entrevista ao jornal “O Estado de S. Paulo” no dia 19/3, constituem afronta à disciplina partidária. Sempre ausente nos debates organizados pelo PT e os movimentos sociais sobre o marco regulatório de sua área, Paulo Bernardo decidiu recorrer a um jornal adversário de seu partido para atacar publicamente resolução do diretório nacional da agremiação, em um tom de quase escárnio.
Se o PT deixar tal comportamento sem resposta à altura, estará abrindo perigoso precedente para sua autoridade. Um governo de coalizão, afinal, é produto da aliança entre partidos, mesmo no sistema presidencialista. Não é um acordo entre o chefe de Estado e indivíduos que agem a seu bel prazer. Claro que a presidente pode nomear o assessor que bem quiser, como manda a Constituição, mas os partidos têm que deixar claro quem fala ou não em seu nome, para o bem da democracia.
Um fato recente, aliás, ilustrou essa regra do jogo. O PDT, agrupamento mais frágil e inorgânico que o PT, exigiu que o ministro do Trabalho, Brizola Neto, fosse substituído por um nome que melhor representasse a posição partidária. Sem qualquer juízo de valor sobre a troca, a atitude dos pedetistas foi pertinente. A presidente logo o compreendeu e negociou a substituição reivindicada.
O caso de Paulo Bernardo é muito mais grave. Diferentemente do caso citado, o ministro paranaense optou por um discurso de ruptura contra a orientação que o PT defende para o setor. Assumiu o papel de porta-voz dos interesses das grandes corporações de comunicação e telefonia. A presidente Dilma Rousseff pode até concordar com seu auxiliar e mantê-lo no posto, pois faz parte de seu livre-arbítrio presidencial. Mas se o PT não afirmar claramente que Bernardo quebrou laços de confiança, sairá diminuído do episódio.
A senadora Heloísa Helena e outros parlamentares, no início do governo Lula, foram corretamente punidos porque votaram contra a orientação petista na reforma da Previdência. Não importa o mérito. Representantes públicos de um partido devem se submeter ao coletivo e suas instâncias. Se não o fazem, devem ser excluídos de suas funções. Não há outro caminho, na democracia, para o fortalecimento das instituições, a não ser que se aceite que carreiras pessoais sejam o epicentro da vida política.
No parlamentarismo, ao PT caberia votar moção de censura e derrubar o ministro, além de submetê-lo às regras estatutárias. Inexistindo esse instituto em nosso atual ordenamento, uma nota de condenação seria o mínimo razoável. Deixando claro à sociedade e à presidente que Paulo Bernardo não tem mais seu apoio para continuar no governo.

quinta-feira, 21 de março de 2013

REDE GLOBO COMEÇA NOVA ONDA SOBRE ENERGIA - QUE SACO!


Passados 2 meses da redução da energia pela presidenta a Rede globo começa nova onda de ataques ao governo com o assunto energia, eles não desistem...

ENTENDA DE ENERGIA NÃO COM A BOBO, MAS COM QUEM SABE DO ASSUNTO


"Temos usinas hidrelétricas, nucleares, térmicas e eólicas, e nosso parque térmico, que utiliza gás, diesel, carvão e biomassa foi concebido com a capacidade de compensar os períodos de nível baixo de água nos reservatórios das hidrelétricas. Praticamente todos os anos as térmicas são acionadas, com menor ou maior exigência, e garantem, com tranquilidade, o suprimento. Isso é usual, normal, seguro e correto. Não há maiores riscos ou inquietações."

segunda-feira, 18 de março de 2013

VEGONHA: VIVEMOS NUM PAÍS CAPITALISTA, CERTO? NÃO NO CEARÁ QUANDO O ASSUNTO É ÔNIBUS, O CEARENSE TEM APENAS 1 (UMA) EMPRESA PARA TRANSPORTE, QUEM GANHA COM ISSO? O POVO COM CERTEZA NÃO! ISSO DURA SÓ ENQUANTO VOCÊ ELEITOR QUISER...

 

Monopólio da Empresa Guanabara, só depois de Cid




O que diz a constituição do Estado:

CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO
CEARÁ 1989
Art. 303. Compete ao Estado o controle dos serviços de transportes intermunicipais de passageiros, incluindo-se o estabelecimento de linhas, concessões, tarifas e fiscalização do nível de serviço apresentado.

Monopólio da empresa Guanabara trás prejuízos à população

O governo do estado do Ceará, além de favorecer a referida empresa, ainda exerce uma fiscalização ostensiva contra carros de lotação, considerados ilegais. Em muitos municípios, dentre eles Itapajé, há a tentativa de regulamentar o transporte intermunicipal de passageiros através da fundação de associações de taxistas, que passaram a fazer os chamados fretes combinados.

Mas a tentativa de trabalhar dentro da lei esbarra no esforço nunca antes visto do executivo estadual em resguardar os interesses do capital privado. As estruturas e parte do efetivo de servidores do Detran e da Polícia Militar são colocadas a serviço de uma grande empresa de transportes em detrimento do prejuízo causado pelo monopólio do transporte intermunicipal à população e a trabalhadores chefes de família que vêm sendo tratados como “bandidos”.

A assembléia legislativa, com exceção de algumas vozes solitárias, vive em estado de letargia. Os deputados estaduais foram domesticados e já não podem ou não lhes é conveniente questionar as ações do executivo estadual.

Fonte: site PLANTAO ALERTA - Mardem.
E para atender a grande demanda começam os acidentes:







Será que alguém ganha com isso? eu tenho certeza de quem perde com o monopólio.




Cid não anda de ônibus, por que estaria preocupado?


Presidenta Dilma chega a Roma para acompanhar posse do papa Francisco

Desembarque da presidenta Dilma Rousseff na Itália. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR.
Desembarque da presidenta Dilma Rousseff na Itália. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR.

Jornaleco não fala pelo povo, o pré-sal é cobiçado, daí grupos usam de todos os meios junto com o PIG para desqualificar a Petrobras


 Vazamentos: resposta ao jornal O Globo


Leia a matéria “Vazamentos da Petrobras cresceram 65% em 2012” (versão online: parte 1 e parte 2), publicada neste domingo pelo jornal O Globo. Confira, abaixo, as perguntas enviadas pelo veículo e as respostas da Petrobras:
Perguntas enviadas em 11/3:
Precisamos entrevistar alguém da área de SMES ou segurança operacional da Petrobras sobre os motivos da alta de vazamentos da Petrobras em 2012 e o perfil desses vazamentos, se terrestres ou marinhos, em 2012.
Segundo o balanço, aumentou de 234 m³ em 2011 para 387 m³ em 2012 o volume vazado pela Petrobras, mesmo com o programa “Vazamento Zero” lançado pela Graça Foster.
O porta-voz pode por favor sobre o que aconteceu e mapear e pontuar esses vazamentos, bem como falar sobre o que efetivamente foi feito do programa “Vazamento Zero” e o que será feito em 2013?
Perguntas enviadas em 12/3:
Preciso saber quanto custa a prevenção e a resposta a esses vazamentos para a empresa, bem como se esse custo aumentou em relação a 2011 e 2012.
Onde entram no balanço exatamente esses custos de respostas e prevenção a vazamentos?
É importante para gente ir além do número de m³ de vazamentos meramente. Seria importante contextualizar esse volume em relação à produção e à carga movimentada e ao refino (já que os vazamentos podem ser de caminhoes tombados na estrada). Então precisamos saber o seguinte:
série histórica desde 2000 ano a ano
1 – vazamento em mar
2 – vazamento em terra
3 – producao de óleo
4 – óleo movimentado em terra ou mar
5 – refino de óleo
O mais importante é diferenciar entre o volume vazado em terra e mar.
Vocês acham que a melhor maneira de contextualizar isso é comparando com o volume total produzido+refinado+movimentado? Se tiver outro critério para medir um índice, podem passar…
Já a diferenciação em terra e mar é importante, porque os vazamentos em terra nao tem nada a ver com os de mar, podem ser acidentes de trânsito, etc… Então é importante diferenciar também e contextualizar corretamente.
Seria importante detalhar a área do vazamento (transporte, refino, e&P), seria o ideal Então além da série histórica desde 2000 por ano detalhar o volume em mar e volume em terra, o ideal era que detalhasse a área de oepração do vazamento (transporte,refino,e&p),etc…
Perguntas enviadas em 14/3:
Como a Petrobras não vai dar entrevista, vou precisar aumentar a matéria com um histórico e contextualizando melhor esses vazamentos. Vamos citar o caso da Baia de Guanabara de 2000 e esse recente de vazamento da Reduc em 2011 que alguns executivos estão sendo processados agora criminalmente.
E preciso checar com vocês a série histórica que construí de vazamentos (olhando nos balanços de cada ano) para me certificar que não tem nada errado
1 – A Petrobras pagou desde 2000 alguma multa para ANP, Ibama, governo, ou qualquer outra entidade pelo vazamento da Baía de Guanabara em 2000? Ou esse processo movido pela FEderação dos Pescadores é o único eventual custo do vazamento? Teve algum outro custo além do processo judicial? Como está a situação desse processo no STJ já que são vários processos simultâneos e recursos? O eventual custo é R$ 44.270.125,06 ou os pescadores pedem mais?
2 – Qual foi o volume e a causa e a solução para o vazamento na refinaria de Cubatão há duas semanas atrás?
3 – Por que a Petrobras não comunica em fatos relevantes ou comunicados ao mercado ocorrências de vazamentos? Fiz uma pesquisa no site de RI e não achei nenhum comunicado desde 2012.
No caso de releases, por que só foi enviado em 2012 um release informando que foram recolhidos 15 metros cúbicos de água oleosa em acidente da FPWSO Dynamic Producer. Foi realmente o único caso? De onde vieram então os 387 m³ de vazamento mencionados no balanço se nenhum deles teve release ou comunicado ao mercado? Estou questionando isso porque analistas reclamam de falta de transparência da PEtrobras ao informar vazamentos.
4 – Como a Petrobras age em relação ao processo 08107350720114025101 em que foram denunciados executivos da empresa por vazamento na REDUC? A companhia está financiando a defesa dos executivos? Pode fazer algum esclarecimento em defesa?
5 – A companhia faz alguma coisa ou tem algma ação prevista caso ultrapasse o limite de alerta de vazamentos? Enfim, pra que serve? A seguinte série histórica está correta? Podem informar uqal foi o limite de alerta de 2000 a 2010? Balanços tem dois números diferentes para o vzamento em 2001. Foram 2619 m³ ou 3018 m³?
Petrobras Vazamentos em m3 Limite de alerta
2012 387
2011 234
2010 668
2009 254
2008 436
2007 386
2006 293
2005 269
2004 530
2003 276
2002 197
2001 2619 ou 3018
2000 5983
6 – Petrobras tinha provisionados R$ 128 milhões para processos ambientais no fim de 2012 e R$ 1,050 bilhão para processos civeis. Esses recursos estão depositados em juízo ou estão ainda na conta da companhia? IMPORTANTE: Onde entra nessa conta o gasto previsto com indenização ou eventuais custos pelo problema no campo de Frade? Já foi provisionado valor proporcional à participação da companhia no empreendimento?
RESPOSTA E GRÁFICOS ENVIADOS PELA PETROBRAS:
De acordo com o comportamento dos vazamentos nos últimos anos, verifica-se que a Petrobras vem apresentando um melhor desempenho, comparado às demais empresas integradas de petróleo. Tanto o volume total vazado, quanto o relativizado pela produção de petróleo, vem se situando em níveis melhores do que a média da indústria de óleo e gás internacional.
Observa-se, nos últimos dez anos, uma tendência de redução do volume anual vazado, em que pese o resultado de 2012 ter superado o de 2011, o que se explica pelo comportamento imponderável destas ocorrências. Para 2013, a Petrobras continua trabalhando para evitar a ocorrência de vazamentos e para atingir resultados ainda melhores.
Na última década, a Companhia adotou um conjunto de iniciativas que passaram por identificação e eliminação de riscos operacionais em todas as instalações. Em 2012, a Petrobras criou um grupo de trabalho para identificar as melhores práticas para cumprir esse objetivo. O Plano Vazamento Zero, como é chamado, está sendo implementado nas áreas de negócio e em empresas subsidiárias, mostrando bons resultados nos últimos meses de 2012.
Em 2012, os dispêndios da Petrobras (investimentos + gastos operacionais) foram de cerca de R$ 5,1 bilhões, em operações e projetos de investimento ligados à gestão integrada de segurança, meio ambiente e saúde.
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