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O valor mínimo das parcelas devem subir para de R$ 25 para R$ 80 (Foto: Arquivo/Alberto Marques/A Tribuna) |
Em
meio à crise econômica, não tá fácil realizar o sonho da casa própria. E
vem mais uma paulada no bolso por aí: a partir de 1º de julho, as
prestações das moradias do Minha Casa, Minha Vida subirão até 237,5%.
O aumento vale para a faixa 1, a mais baixa do
programa, que contempla famílias com renda bruta mensal de até $
1.600,00 (ou R$ 1.800,00 a partir da fase 3).
Na
Baixada Santista, há 9.498 unidades habitacionais para serem entregues
nessa faixa, na qual o beneficiário arca com prestações sem juros,
durante dez anos.
O valor
mínimo a ser pago por mês subirá de R$ 25,00 para R$ 80,00, o que
representa reajuste de 220%. Já o valor máximo possível será de R$
270,00, parcela 237,5% maior do que a máxima atual (confira as
informações no quadro).
Hoje
em dia, beneficiários com contratos já assinados pagam prestações
equivalentes a 5% da renda familiar mensal, variando entre R$ 25,00 e R$
80,00.
Segundo o
Ministério das Cidades, o reajuste é necessário “em decorrência da
atualização dos custos da construção e das melhorias estabelecidas nesta
nova fase”.
Em nota ao
Expresso, a pasta destacou, porém, que famílias já beneficiadas não
serão afetadas pela alteração. Elas continuarão pagando a mesma
prestação. “O ajuste é apenas para as famílias cuja indicação seja
formalizada na instituição financeira oficial federal após 30 de junho”,
esclareceu.
O Ministério
das Cidades defendeu ainda que os valores permanecem baixos, chegando a
no máximo 15% da renda da família. “Na maioria dos casos, as famílias
beneficiadas comprometem muito mais de sua renda com a antiga moradia”.
Sete
cidades da Baixada Santista têm projetos habitacionais do Minha Casa,
Minha Vida dentro da faixa 1 em andamento. Em Guarujá, a Prefeitura
destacou que não há pagamento de mensalidades por parte dos moradores.
No
total, há 9.498 unidades para serem concluídas, segundo informações das
prefeituras. Em São Vicente, por exemplo, o Conjunto Tancredo Neves 3
tem previsão de entrega até o final deste ano, beneficiando 1.120
famílias.
Para o economista
e consultor econômico Hélio Hallite, o aumento imposto pelo Governo
Federal vem em má hora. “O Minha Casa, Minha Vida é um projeto social de
grande abrangência para as comunidades mais pobres e, evidentemente, o
perfil desse mutuário não suporta o aumento atribuído agora”.
Entenda melhor as mudanças
O Governo Federal reajustou as prestações a serem
pagas por beneficiários de moradias da faixa 1 do Minha Casa, Minha
Vida. A faixa 1 atende famílias com renda bruta mensal de até R$
1.600,00 (nas fases 1 e 2) e R$ 1.800,00 (a partir da fase 3).
Como é hoje
O valor das prestações mensais equivale a 5% da renda familiar mensal, com valor mínimo fixado em R$ 25,00.
A partir de 1º de Julho
O valor das prestações passará a ser estabelecido de acordo com a renda familiar bruta mensal.
Renda de até R$ 800,00: prestação de R$ 80,00.
Renda de R$ 800,01 a R$ 1.200,00: prestação no valor de 10% da renda familiar bruta mensal.
Renda de R$ 1.200,01 a R$ 1.800,00: prestação no valor de 25% da renda familiar bruta mensal menos R$ 180,00.
Imóveis na Baixada
Santos: 2.404 unidades de projetos ainda em análise na Caixa Econômica Federal.
São Vicente: 1.120 unidades no Conjunto Tancredo Neves 3, previstas para serem entregues até o fim do ano.
Guarujá: 1.148 unidades na Enseada, mas a Prefeitura disse que não há pagamento por parte dos moradores.
Cubatão: 650 unidades na Vila dos Pescadores e 600 no Parque dos Trabalhadores.
Mongaguá: 1.176 unidades, em seis empreendimentos aguardando convênios com o Governo Federal.
Itanhaém: 900 unidades, em duas etapas, a serem entregues até o fim do ano.
Bertioga: 1.500 unidades, em cinco empreendimentos, cujas obras ainda terão início.
Praia Grande: informou não ter projetos do Minha Casa, Minha Vida em andamento.
Peruíbe: informou não ter previsão de entrega dos imóveis.