segunda-feira, 18 de agosto de 2014

“Tá bom, mas tá ruim, entende?”. Dilma sobe 6 pontos, mas não ganha um voto no Datafolha

18 de agosto de 2014 | 14:19 Autor: Fernando Brito
pesq
pesq
Ficamos sabendo, através da pesquisa Datafolha, que a avaliação positiva do governo Dilma cresceu 6 pontos em um mês, passando de 32 para 38% (bem acima da margem de erro estatístico, portanto).
Pela primeira vez  desde o início do ano, quando a gente pode falar que a avaliação de governo está diretamente ligada à intenção de voto, o número de julgamentos favoráveis (ótimo e bom) do Governo fica acima das intenções de voto da própria presidenta.
Na penúltima pesquisa Datafolha, entre os que tinham avaliação positiva, 77% votariam na reeleição. Agora, o Datafolha diz que são 69%, o que anula, nas intenções de voto, o ganho de popularidade. Entre os que consideram o governo regular, a oscilação é menor, passando de 30% para 25% as intenções de voto, o que é, aparentemente, um contra-senso com a flamante opção Marina Silva aberta à escolha do eleitor.
Mesmo com a boa vontade em acreditar nos números do Datafolha, fica evidente o potencial de crescimento expresso na própria pesquisa.
Um candidato apoiado por um governo bem avaliado pode ter resultado pior do que essa aprovação, dependendo de suas características pessoais.
Mas quando o candidato é o próprio governante, é claro que é a ele que se transfere esta avaliação.
Não é preciso ser cientista político para entender que a melhoria na avaliação do governo está diretamente ligada à perda de força do processo inflacionário, que deve se prolongar até, pelo menos, o final de setembro, pelos índices de inflação negativa que prosseguem no atacado.
Idem para achar que a apresentação de obras e realizações no horário eleitoral, ainda mais quando a imprensa sonega estas informações ou lhes destaca – ou inventa – aspectos negativos tende a aumentar a avaliação positiva.
Qualquer analista de pesquisas verá que há um bom potencial de agregação de votos à base sólida que apresenta Dilma.
Apenas retornar ao aproveitamento que tinha de transformação de avaliação positiva em voto já acrescentaria três pontos ao seu índice.
Aliás, qualquer analista de pesquisas dirá que, com rede nacional de televisão explorando uma tragédia por dias a fio, esta pesquisa está contaminada.
Além de doentia, é doente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário