Só para lembrar: Marina Silva já tinha data marcada para abandonar Eduardo Campos
BLOG ESTADAO:Dener Giovanini
quinta-feira 14/08/14
O estilo desagregador, prepotente e
arrogante de Marina Silva, que deixou em rastro de intrigas,
desconfianças e desarmonia em suas passagens pelo PT e pelo Partido
Verde, já tinha data para voltar a mostrar suas garras: em nota oficial
publicada no dia 26 de junho, a Rede Sustentabilidade (o grupo que segue
Marina) deixou clara [...]
O
estilo desagregador, prepotente e arrogante de Marina Silva, que deixou
em rastro de intrigas, desconfianças e desarmonia em suas passagens pelo
PT e pelo Partido Verde, já tinha data para voltar a mostrar suas
garras: em nota oficial publicada no dia 26 de junho, a Rede
Sustentabilidade (o grupo que segue Marina) deixou clara as suas
intenções:
4. A filiação transitória democrática
permite que, tão logo a Rede obtenha seu registro na Justiça Eleitoral,
o que deve ocorrer nos próximos meses, seus militantes formalmente
vinculados ao PSB poderão se transferir para a legenda de origem sem o
risco de qualquer tipo de sanção partidária.
5. Portanto, os militantes da
Rede têm data para deixar o PSB, conforme o compromisso firmado entre
os partidos no final do ano passado.
Para ler a Nota da Rede na integra, CLIQUE AQUI.
É óbvio que ninguém, até então, poderia
imaginar a reviravolta que aconteceria no quadro sucessório presidencial
com a tragédia que se abateu sobre a candidatura de Eduardo Campos. A
morte do então candidato do PSB derrubou o tabuleiro do xadrez político
no chão. O jogo vai recomeçar do zero a partir de agora.
Marina Silva e sua “Rede” talvez tenha
sido a pior jogada de Campos em toda a sua carreira política. Ele
acreditou que Marina daria um grande impulso à sua candidatura, o que de
fato não ocorreu. Talvez Eduardo, assim como tantas outras pessoas do
mundo político, enxergasse nos quase 20 milhões de votos que Marina
Silva obteve nas últimas eleições presidenciais um sólido patrimônio
político. Foi um grande erro.
O patrimônio político de Marina Silva era
tão sólido como fumaça. Seus 20 milhões de votos não lhe credenciaram
sequer para construir seu próprio partido. Ela não conseguiu o número de
assinaturas necessárias para obter o registro da Rede junto ao Tribunal
Superior Eleitoral e, tão pouco, conseguiu impulsionar o nome de
Eduardo Campos para chegar pelo menos aos dois dígitos de intenção de
voto para a eleição de outubro.
Não bastasse tamanha desilusão, Marina
Silva e sua Rede tiraram de Eduardo Campos apoios importantes,
especialmente em colégios eleitorais fundamentais, como Rio de janeiro,
São Paulo, Minas Gerais e Goiás. A intransigência e a incapacidade de
articulação de Marina Silva subtraíram de Eduardo palanques e alianças
que poderiam ajuda-lo a tentar chegar ao segundo turno. Obviamente
ninguém do PSB admitirá publicamente esse equivoco que foi a escolha da
Marina como vice. Mesmo no Partido Verde, onde ela deixou um rastro de
intrigas e desarmonia, quase levando o partido a desintegração absoluta,
ninguém fala publicamente sobre isso.
Marina Silva quer um partido pra chamar
de seu. Para mandar e impor seu messianismo “sonhático”. E o bote está
se armando sobre o PSB.
Caso o partido de Eduardo Campos decida
pela substituição do nome dele pelo de Marina estará apenas repetindo os
erros do PT e do PV. Entregar o comando do partido a uma candidata
desagregadora e com um histórico tsunâmico será o caminho mais curto
para enterrar a história do PSB. Os sonháticos de Marina farão cair
sobre os dirigentes do Partido Socialista Brasileiro a escuridão dos
pesadelos de uma noite sem fim.
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