Lula e Dilma lançam site sobre realizações do PT
Com a eleição nas ruas, os petistas esperam atingir
os mais jovens e apostam em uma guerra da informação com os órgãos de
comunicação tradicionais
Instituto Lula
Dilma Rousseff e o antecessor, Luiz
Inácio Lula da Silva, lançaram nesta terça-feira 12 um site para
difundir as realizações de doze anos do governo federal do PT. Com a
eleição nas ruas, os petistas esperam atingir principalmente os mais
jovens. Também apostam em uma guerra da informação com os órgãos de
comunicação tradicionais. Para a campanha dilmista, a mídia estaria
censurando o governo e privilegiando um noticiário distorcido e negativo
sobre a presidenta.
Em discurso em um centro de convenções em
Brasília, Dilma disse que o site será um “instrumento muito importante
no debate democrático”, pois estaria baseado na “verdade”. A iniciativa,
afirmou, ajudará a disseminar informações, a mostrar resultados das
gestões federais petistas e a “enfrentar o derrotismo e o pessimismo” da
mídia. “Pessimismo” e “derrotismo” que, segundo ela, teriam ficado
evidentes na cobertura jornalística sobre a Copa do Mundo.
O site chama-se Brasil da Mudança e é mantido pelo Instituto Lula.
É uma ideia do jornalista Franklin Martins, ministro da Comunicação
Social no segundo mandato de Lula e hoje com a dupla função de
conselheiro do ex-presidente e integrante do comitê central da campanha
de Dilma. Os mais jovens não têm memória sobre o Brasil da era Fernando
Henrique, nem uma visão completa dos feitos pós-2003, segundo Martins. O
site, disse, tenta mostrar as “profundas transformações” ocorridas no
país de lá para cá.
Comparar os doze anos de Dilma e Lula com os oito
anos de FHC é a estratégia central do PT para a eleição. Dos 142
milhões de brasileiros aptos a ir às urnas em outubro, 24 milhões (17%
do total) têm entre 16 e 24 anos. Tinham no máximo doze anos no início
do primeiro mandato de Lula.
O site foi concebido em janeiro, mas saiu do
papel só agora para coincidir com o período eleitoral. Em discurso, Lula
explicou o motivo: “É um instrumento de competição com a imprensa.” Ele
citou um recente estudo da Universidade Estadual do Rio de Janeiro
(UERJ) sobre o noticiário do Jornal Nacional, da TV Globo. De janeiro a
agosto, informa o “manchetômetro”, o telejornal dedicou uma hora e 22
minutos a notícias desfavoráreis a Dilma. As notícias favoráveis somaram
três minutos.
O Jornal Nacional é o produto jornalístico de
maior penetração no Brasil. De acordo com uma pesquisa do Ibope feita
por encomenda da Secretaria de Comunicação Social da Presidência e
divulgada em março, 35% dos brasileiros citam o telejornal como programa
mais assistido. O segundo mais lembrado é a novela das nove, com 31%.
Entre os telejornais, o telejornal lidera com 45% de citações. Em
seguida, aparece o Jornal da Record, com 16%.
Dilma será entrevistada ao vivo pelo Jornal
Nacional, na condição de candidata à reeleição, nesta quarta-feira 13,
no Palácio da Alvorada. Com a voz rouca, como mostrou no discurso sobre o
novo site petista, a presidenta está sob cuidados especiais, para que
melhore até a entrevista.
O telejornal entrevistará quatro presidenciáveis
esta semana. O primeiro foi Aécio Neves, do PSDB, na segunda-feira 11.
No dia seguinte, Eduardo Campos, do PSB. Nos bastidores do evento com
Dilma e Lula, dilmistas mostravam-se surpresos com a entrevista do
tucano. Acham que o telejornal foi duro com o senador mineiro e temem
que seja ainda mais com a presidenta.
fonte:carta capital
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