segunda-feira, 8 de julho de 2013

Padilha: "A população não pode esperar por médicos"

247 - O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, garantiu nesta segunda-feira, durante lançamento do programa 'Mais Médicos', que o governo brasileiro não vai discriminar nenhuma nacionalidade no incentivo à vinda de médicos estrangeiros para o país. Reportagem da Folha de S.Paulo noticiou que deixou de ser prioridade para o governo 'importar' seis mil médicos cubanos. "A população brasileira não pode esperar pela formação de novos médicos", disse o ministro, justificando a partir de pedidos de vários prefeitos a atração de profissionais estrangeiros, que deve suprir a falta de médicos no país até as políticas educacionais anunciadas nesta segunda-feira surtirem efeito.
O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, iniciou a cerimônia destacando que, "do ano 2000 para cá, houve um salto importante nas matrículas dos cursos de medicina", mas que o Brasil ainda tem uma oferta de matrículas de curso de medicina do que países com PIB per capita equivalente. Tocantins, por exemplo, tem um grande número de cursos de medicina, mas um baixo número de médicos, o que indica falta de instituições para residência médica, área em que São Paulo, apesar do baixo número de cursos, se destaca.
Mercadante disse que a meta é criar 11,4 mil novas vagas em medicina nos próximos cinco anos, e de forma desconcentrada, já que as regioões Sul e Sudeste concentram atualmente a maioria das instituições de ensino na área. Segundo o ministro, de acordo com o plano do governo, a partir de 2015, todos estudantes da rede pública de ensino concluiriam sua formação de oito anos trabalhando dois deles na "saúde popular", no Sistema Único de Saúde. "Não queremos apenas mais médicos, queremos bons médicos formados no Brasil!", destacou.
Detalhes
O governo federal vai abrir cerca de 10 mil vagas para médicos para atuação exclusiva na atenção básica em periferias de grandes cidades, municípios de interior e no Norte e Nordeste do país. O salário deles deve ficar em torno de R$ 10 mil. Inicialmente, as vagas serão destinadas a profissionais com diploma obtido no Brasil ou validado pelo Revalida. Caso esses profissionais não preencham todas as vagas do programa, o governo anunciará um "trâmite diferenciado" para trazer médicos diplomados em outros países.
Nesse caso, o Ministério da Saúde adiantou que o contrato será temporário, de, no máximo, três anos. Além disso, os diplomas estrangeiros devem ter origem em "universidades reconhecidas internacionalmente". "Se o exame fosse realizado, não poderíamos determinar onde esse profissional poderia atuar, o que, possivelmente, não resolveria o problema instalado de falta de médicos nas regiões mais carentes do país", explicou, em nota, o Ministério da Saúde, para justificar a  dispensa do Revalida.
Polêmica
O médico estrangeiro, ao chegar ao Brasil, passará por três semanas de treinamento e avaliação, para capacitar-se em língua portuguesa e em saúde básica. Para o Ministério da Saúde, faltam médicos no país, embora as entidades digam que os médicos brasileiros não preenchem vagas em determinados locais por falta de estrutura, e não porque estão em número insuficiente.
A vinda de médicos com diploma estrangeiro sem a a aprovação no Revalida foi motivo de diversas manifestações em todo o país. Para eles, é um risco para a saúde pública trazer médicos que não conhecem a realidade brasileira. "Nós não vamos permitir que a população brasileira seja atendida por médicos desqualificados e que não tiveram a sua competência avaliada", disse Roberto d'Ávila, presidente do Conselho Federal de Medicina.
Com Agência Brasil

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