domingo, 7 de julho de 2013

JOAQUIM BARBOSA, AS LUZES DOS RICOS SÃO UMA ARMADILHA

Dr. Joaquim, as luzes dos ricos são uma armadilha

6 de Jul de 2013 | 16:36
Ontem, a gente publicou um post aqui dizendo que o Dr. Joaquim Barbosa estava se deixando meter numa “roubada” com as suas novas amizades globais.
Porque badalação e presidência da mais alta Corte do País não combinam.
O que combina com o cargo é austeridade.
O Dr. Joaquim começa a colher os frutos amargos de sua exposição de “celebridade”. Porque um camarote global numa final de Copa das Confederações, no Maracanã. ao lado de Luciano Huck, Angélica, Ana Maria Braga e outros o que é?
Surge agora a notícia de que Barbosa é o relator de um processo no qual atua o pai de Huck, o advogado Marcelo Huck.
Não é, mas era, até o dia 26, quando foi substituído na função pelo novo ministro Luís Roberto Barroso. Barbosa deixou a relatoria por razões regimentais, não poder declarar-se impedido.
É certo que não se pode acusar do Dr. Barbosa de favorecimento ao pai de Huck. Ao contrário, a decisão que proferiu garante à reclamante, o Carrefour, o prosseguimento da ação contra a Verparinvest, empresa que tem o pai de Huck como patrono.
Mas o fato de haver uma relação processual entre o pai de quem empregou o seu filho como o pai que teve o filho empregado, embora não seja ilegal e possa ser meramente casual dá origem a muitos fuxicos e intrigas incompatíveis com a natureza de seu cargo de presidente do STF.
Ainda mais porque não é segredo que lá dentro mesmo há uma coleção de desafetos de Barbosa prontos a alimentar isso.
Ele colecionou brigas – algumas admiráveis – como a que chegou quase às vias de fato, quando disse ao ministro Gilmar Mendes que não tinha medo de – palavras dele – “seus capangas”.
Aliás, deve lembrar-se que revistas que hoje o incensam, como a Veja, colocaram em letras de forma um episódio familiar constrangedor, quando o Dr. Barbosa foi denunciado por agressão a sua então esposa numa delegacia de polícia. A Veja fez isso, com uma ”reportagem”, com requintes de transcrição de supostos diálogos como o que copio a seguir, feita pelo homem-fonte de Carlinhos Cachoeira, o rei das escutas, o famoso Policarpo Júnior:
“Enquanto o governo decidia o que fazer, os comentários pipocaram no próprio Supremo. A ministra Ellen Gracie, a única mulher da corte, no intervalo entre uma sessão e outra, mostrou-se preocupada. “Vai vir para cá um espancador de mulher?”, perguntou ao colega Carlos Velloso. “Foi uma separação traumática”, conciliou Velloso. “Mas existe alguma separação que não é traumática?”, interveio o ministro Gilmar Mendes. Para desanuviar o ambiente, o ministro Nelson Jobim saiu-se com uma brincadeira machista, a pretexto de justificar a agressão: “A mulher era dele”.
Deve o Dr. Barbosa recordar-se que, quando era Joaquim Benedito Barbosa Gomes, um homem negro e de origem humilde que, por seus méritos, foi escolhido por Lula para o STF, não eram os ricos e famosos, e nem a direita,  quem estava com ele.
Não eram os globais, não era a mídia, não eram as pessoas que hoje se articulam para fazer dele um instrumento contra as forças que o conduziram, um jurista negro, trabalhador, um filho de pedreiro – eu sou neto de um pintor de paredes e me orgulho disso, como deve o Dr. Joaquim orgulhar-se – ao Supremo, que hoje ele preside.
Estes se aproveitam, envolvem, badalam enquanto lhes é conveniente.
Suas raízes profundas, Dr. Joaquim Benedito Barbosa Gomes, estão no povo pobre deste país que, com todos os defeitos e problemas que vivemos, finalmente vê um governo preocupar-se com ele e não com o mundo dos ricos e famosos.
Irá o senhor se prestar ao papel de ser o instrumento contra quem o reconheceu como jurista, quem viu no senhor um símbolo de que o do povo negro e pobre deste país não era escravo, mas merecia e teria os mais altos postos da República?
Atrair e trair são palavras muito semelhantes, e trair é entregar algo ou alguém precioso ao adversário. E o que mais precioso que nossas origens e nossa alma e nossa história?
A aranha tece sua teia em seda macia. Mas envolve, suga e mata.

Por: Fernando Brito

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