'Só há uma possibilidade de me derrotar: é trabalharem mais do que eu', diz Lula
Ex-presidente afirma que intensificará atividade política em
2013 e responde a ataques. 'Vagabundo que ficar na sala com
ar-condicionado falando mal de mim vai perder', desafia
Por: Vitor Nuzzi, Rede Brasil Atual
Publicado em 19/12/2012, 13:45
Última atualização às 14:30
Lula, durante a posse da nova diretoria do Sindicato dos
Metalúrgicos do ABC, anunciou novas caravanas pelo país (Andris
Bovo/ABCD Maior)
São Bernardo do Campo – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
afirmou há pouco que não se preocupa com os ataques dos quais tem sido
vítima nas últimas semanas. “O que mais machuca meus adversários é o meu
sucesso”, ironizou, referindo-se, sem fazer citações, a setores da
imprensa e da oposição ao governo Dilma Rousseff, que têm usado
declarações do empresário Marcos Valério visando a atingir o principal
líder petista.
Em um discurso de aproximadamente 30 minutos, durante ato político de posse do novo presidente do Sindicato dos Metalúrgcos do ABC, Rafael Marques, Lula falou muito sobre futebol e histórias da entidade que presidiu de 1975 a 1981 – e reservou a parte mais contundente para o final, ao anunciar a intensificação de sua atividade política na agenda para 2013. “No ano que vem, para alegria de muitos e tristeza de poucos, voltarei a andar por este país. Vou andar pelo Brasil porque temos ainda muita coisa para fazer, temos de ajudar a presidenta Dilma e trabalhar com os setores progressistas da sociedade”, declarou o ex-presidente.
"O que mais machuca os meus adversários é o meu sucesso", reagiu Lula. "Às vezes eu compreendo a mágoa deles, que governaram este país desde Cabral", ironizou. "Só existe uma possibilidade de me derrotarem: é trabalhar mais do que eu. Porque se ficar um vagabundo numa sala com ar-condicionado, falando mal de mim, vai perder.'
Em um discurso de aproximadamente 30 minutos, durante ato político de posse do novo presidente do Sindicato dos Metalúrgcos do ABC, Rafael Marques, Lula falou muito sobre futebol e histórias da entidade que presidiu de 1975 a 1981 – e reservou a parte mais contundente para o final, ao anunciar a intensificação de sua atividade política na agenda para 2013. “No ano que vem, para alegria de muitos e tristeza de poucos, voltarei a andar por este país. Vou andar pelo Brasil porque temos ainda muita coisa para fazer, temos de ajudar a presidenta Dilma e trabalhar com os setores progressistas da sociedade”, declarou o ex-presidente.
"O que mais machuca os meus adversários é o meu sucesso", reagiu Lula. "Às vezes eu compreendo a mágoa deles, que governaram este país desde Cabral", ironizou. "Só existe uma possibilidade de me derrotarem: é trabalhar mais do que eu. Porque se ficar um vagabundo numa sala com ar-condicionado, falando mal de mim, vai perder.'
Rafael Marques assumiu o comando da entidade em lugar
de Sérgio Nobre, que se dedicará exclusivamente à secretaria-geral da
CUT. Durante o ato, o presidente da central, Vagner Freitas, disse que a
“elite quer jogar no tapetão” e acusou setores do Judiciário e da mídia
de “querer decidir” em nome do povo. “Se querem colocar a democracia em
risco, vamos às ruas para defendê-la”, afirmou. "A elite brasileira não
digeriu ainda o fato de o companheiro Lula ter feito o melhor governo
da historia deste país. Há uma perseguição contra a democracia."
Já o novo presidente do Sindicato dos Metalúrgicos
falou em sentimentos de "mesquinhez, avareza e raiva" em relação a Lula,
a quem chamou de "patrimônio da classe operária e da sociedade
brasileira e internacional".
Integrante da coordenação nacional do Movimento dos
Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Gilmar Mauro defendeu, para 2013,
"lutas e ações de massa que coloquem em pauta" temas como a
democratização dos meios de comunicação e a criminalização da política. E
criticou o Poder Judiciário, que "parece ser intocável".
O presidente nacional do PCdoB, Renato Rabelo, também
fez críticas ao papel da oposição. "Tentam tirar a luta do plano
politico para o plano jurídico. Tentam criminar a politica e os
movimentos sociais. mas não vão conseguir", afirmou.
Crise
Lula também comentou a crise e disse que é preciso
"pensar da forma mais positiva possível". Para ele, tanto Dilma como o
ministro da Fazenda, Guido Mantega, têm "clareza" sobre o que deve ser
feito. "A crise pode ter maior ou menor incidência no Brasil, dependendo
das políticas", afirmou, lembrando de quando, ainda presidente, foi à
televisão pedir às pessoas que não parassem de consumir. Se dependesse
dos jornais, comentou, ninguém iria às compras. "E as classes C, D e E
consumiram mais do que as classes A e B."
O ex-presidente reservou uma ironia para seu
antecessor, Fernando Henrique Cardoso. "Teve um período em que achei que
o Fernando Henrique preferia minha vitória à do Serra." O raciocínio
era de que Lula faria um governo fraco e permitiria a volta do próprio
FHC, evitando ainda que o ex-candidato José Serra, vitorioso, pudesse
"encher o saco durante oito anos".
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