domingo, 30 de dezembro de 2012


Dilma e os 10 anos do PT:
combater a desigualdade

Se o Governo continuar a achar que o Supremo é um tribunal técnico, como a diretoria de um Hemocentro, as politicas sociais de combate à desigualdade serão refeitas em meia duzia de “julgamentos”.


Saiu na Folha (*):

Dez anos de avanços

Os dez anos de governos liderados pelo Partido dos Trabalhadores marcam a incorporação de uma nova agenda para o Brasil.
O combate à desigualdade social passou a ser uma política de Estado, e não mais uma ação emergencial. Os governos do presidente Lula e o meu priorizaram a educação, a saúde e a habitação para todos, a retomada dos investimentos públicos em infraestrutura e a competitividade da economia.
(…)

Reconhecer os avanços dos últimos dez anos significa também reconhecer que eles foram construídos sobre uma base sólida. Desde o fim do regime de exceção, cada presidente enfrentou os desafios do seu tempo. Eles consolidaram o Estado democrático de Direito, o funcionamento independente das instituições e a estabilidade econômica.
(…)


Esta, sim, foi uma mudança estrutural inscrita no Brasil por dez anos de governos trabalhistas: o combate à desigualdade.
Ficou inscrita como Política de Estado – tem razão a Presidenta.
Não é mais uma concessão, uma solução de última hora diante de uma catástrofe ou uma crítica da Economist.
Essa política, porém, pode ser desfeita.
No Supremo.
Se o Governo continuar a achar que o Supremo é um tribunal técnico, como a diretoria de um Hemocentro, as políticas sociais de combate à desigualdade serão refeitas em meia duzia de “julgamentos”.
Os demo-tucanos já tentaram com o ProUni.
Os tucanos podem acabar com o Bolsa Família – no Supremo.
Com um parecer da grande estadista chilena Monica Cerra.
A presidenta tem às mãos a possibilidade de fixar uma maioria no Supremo.
Pois, como demonstrou Márcio Félix, em importante artigo, o Supremo é um tribunal político: chega de “técnicos”!
Por fim, a Presidenta lembra que o salto à frente na Educação será com os recursos da exploração do pré-sal.
Manter o pré-sal nosso é um dos maiores legados do Nunca Dantes.
Os tucanos, primeiro, queriam transformar a Petrobras em Petrobrax.
Fatiá-la e vender aos pedaços, como pizza na rodoviária.
Como o Peña Nieto vai fazer agora no México.
E. depois, segundo WikiLeaks, Cerra prometeu entregar o pré-sal à Chevron.
E, com isso, destruir a obra do PT, como FHC pensou em destruir a obra de Vargas.
No artigo, Dilma saúda, na saída, os dez anos de Governos petistas.
O que significa que não se deixou levar pelo conto do vigário do PiG (**) – se trair o Lula, a gente deixa você participar do garden-party na Casa Grande.
Em tempo: por falar em usar o Supremo como a bancada política do pós-Governo, FHC foi tratado devidamente no artigo da Presidenta.
Em lugar daquela louvação dos colonistas (***) – não haveria o Lula sem o jenial Farol de Alexandria – Dilma agradeceu aos que, antes dela, “consolidaram o Estado democrático de Direito, o funcionamento independente das instituições e a estabilidade econômica.”
E colocou FHC ao lado de Sarney, Collor, e Itamar, a quem o Brasil deve, como se sabe, o Plano Real e os genéricos.
(O programa do combate à AIDs, de que o Padim Pade Cerra também tentou se apropriar, é do Governo Sarney.)
Em tempo2: segundo o jornalismo implacavelmente investigativo da Folha (*), o Farol de Alexandria teve 13% de aprovação popular, quando desvalorizou o Real. Como se sabe, o Clinton obrigou o FMI a mandar dinheiro para o Fernando Henrique segurar o Real até se reeleger. Reeleito, desfez a farsa e caiu na real: 13%. O Nunca Dantes saiu do Governo com 83% de aprovação popular. Não é à toa que o Cerra jamais defendeu o Farol numa campanha eleitoral. Nem defenderá.
Em tempo3: como se sabe, o Farol de Alexandria iluminava a Antiguidade e foi destruído num terremoto (de nome Lula).
Paulo Henrique Amorim

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