segunda-feira, 8 de outubro de 2012

247 – Há algo de errado com a estratégia adotada por José Serra em São Paulo. Neste domingo, ele passou para o segundo turno, mas sua votação, na capital paulista, foi a pior das últimas quatro eleições. Em 2004, quando ocorreu a prefeito, e venceu Marta Suplicy, ele obteve 43,6% dos votos. Dois anos depois, na eleição para governador de São Paulo, conquistou 53,1% dos eleitores paulistanos. Em 2010, enfrentando Dilma Rousseff pela presidência, bateu em 40,3%. Agora, ficou em 30,8%. Seu desgaste, que gerou uma rejeição de 42%, segundo o Datafolha, fez até com que o presidente Fernando Henrique Cardoso admitisse a “fadiga de material” tucana em São Paulo.
A explicação mais plausível para a queda de Serra, no entanto, é a insistência em campanhas de natureza negativa, que fomentam uma retórica do ódio, comandada por seus aliados nos meios de comunicação, contra os adversários. No discurso em que celebrou a passagem para o segundo turno, Serra falou em valores esquecidos, mas que o “STF está trazendo de volta”. Sinal de que a campanha contra Haddad terá como um dos principais ingredientes a Ação Penal 470 e a provável condenação de várias lideranças petistas. Sem falar, é claro, em questões como o “kit gay”, que seria distribuído pelo Ministério da Educação nas Escolas, e o suposto fiasco das provas do Enem.
Serra nunca aprendeu a lição de Duda Mendonça, que vive repetindo a tese de que “quem bate, apanha”. Ao contrário. Seus porta-vozes na imprensa dizem o oposto. Em artigo publicado nesta madrugada, Reinaldo Azevedo diz que “campanha negativa funciona sim”, já se oferecendo para trabalhar no pelotão de frente da artilharia tucana. Mas será que funciona mesmo?
fonte: BRASIL 247

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