segunda-feira, 29 de outubro de 2012

247 – Geraldo Alckmin, governador de São Paulo, é a bola da vez. E não necessariamente no bom sentido. Ontem, no discurso de José Serra, ele parecia tão abatido quanto o perdedor da disputa municipal em São Paulo. E não propriamente porque Alckmin e Serra sejam amigos. O fato concreto é que a derrota de 2012 na capital paulista germina a possível queda também em 2014, no governo estadual.
Se o resultado do primeiro turno já havia sido ruim para o governador, com derrotas importantes para o PT em municípios com forte peso econômico, como São Bernardo e São José dos Campos, o segundo turno foi desastroso. Aliados de Alckmin perderam em São Paulo, Guarulhos, Santo André, Mauá (nestes casos, sempre para o PT), mas também em Jundiaí, para Pedro Bigardi, do PC do B, e Ribeirão Preto, para Darcy Vera, do PSD. Venceram em Franca, Sorocaba e Taubaté, mas o cômputo geral é bem mais negativo do que positivo.
Mais do que simplesmente contar municípios, a eleição também trouxe uma mensagem das urnas. Tucanos, se quiserem preservar o Palácio dos Bandeirantes, que comandam desde 1994, quando Mário Covas foi eleito, terão que ampliar sua base eleitoral, incluindo também eleitores que votam eventualmente à esquerda.
Para isso, será necessário trocar o figurino conservador por um mais liberal, pois os votos à direita virão por gravidade. Alckmin, que enfrentará em 2014 não apenas o PT, mas também um revigorado PMDB e o PSD de Gilberto Kassab, necessita urgentemente um manual de sobrevivência. E o item número um será fugir dos neocons como o diabo da cruz - portanto, governador, peça para que Reinaldo Azevedo não lhe faça elogios com a profusão com que fez a José Serra nas últimas eleições, nem se associe a causas como o kit-gay e a condenação do aborto.
Alckmin tem ainda uma máquina poderosa nas mãos, mas seus adversários hoje largam na frente para a disputa de 2014.
fonte: BRASIL24/7

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