Haddad diz que prefeitura não irá recuar em investigações de corrupção
Prefeito diz que Controladoria
criada por ele não é contra partido, mas a favor da cidade de São Paulo,
e diz que ouvia antes de assumir administração que 'as coisas não iam
bem'
por Gisele Brito, da RBA
publicado
14/11/2013 18:14,
última modificação
14/11/2013 18:22
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José Carlos Barretta/Folhapress
Rivais e aliados não demonstraram apoio a investigação iniciada pela Controladoria Geral do Município
São Paulo – O prefeito de São
Paulo, Fernando Haddad (PT), afirmou na tarde de hoje (14) que não irá
recuar nas investigações de corrupção por parte de funcionários da
prefeitura. “O momento não é de recuo, mas de aprofundamento para
chegarmos a toda verdade. Se chegarmos à verdade completa, só vai fazer
bem a São Paulo”, disse, em referência à apuração de desvio de até R$
500 milhões por fiscais que auditavam o recolhimento do Imposto Sobre
Serviços (ISS).
O caso foi descoberto graças a uma investigação da
Controladoria Geral do Município, criada por Haddad. No último dia 30,
parte da quadrilha foi presa a pedido do Ministério Público, que estima
que os funcionários públicos tenham acumulado patrimônio de R$ 80
milhões durante a gestão do ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD).
Haddad reiterou que ouviu durante muito tempo, antes
de assumir a administração, que “as coisas não iam bem” na gestão
municipal, que “isso vinha de longe” e que “as coisas estavam se
degradando”, o que o motivou a lançar, já durante a campanha, a proposta
de criar um órgão de controle.
“Ninguém nesse momento pode ter dúvidas do
intuito da criação da Controladoria. Não é perseguição política, contra
quem quer que seja. Não é contra partido. É, ao contrário, a favor da
cidade de São Paulo. A favor da verdade.” A Controladoria também
investiga fraudes no IPTU e na dívida ativa.
Desde uma entrevista concedida pelo atual prefeito ao jornal Folha de S. Paulo,
no último domingo, Kassab deu sinais de estar incomodado com as
investigações, centradas no período de sua gestão. Os quatro
funcionários presos até agora – o ex-subsecretário da Receita Municipal
Ronlison Bezerra Rodrigues, o ex-diretor do Departamento de Arrecadação
e Cobrança Eduardo Horle Barcellos, o ex-diretor da Divisão de
Cadastro de Imóveis Carlos Di Lallo Leite do Amaral e o agente de
fiscalização Luis Alexandre Cardoso Magalhães – tinham
cargos de confiança na secretaria de Finanças, cujo titular, Mauro
Ricardo, atuou em diversas gestões de seu padrinho político, José Serra
(PSDB).
A investigação também provocou a queda do
secretário de Governo de Haddad, Antonio Donato, citado em gravações de
conversas entre a quadrilha feitas pelo Ministério Público. Haddad
chegou a defender o secretário, mas aceitou seu pedido de desligamento
do cargo, na terça-feira.
Até a cúpula do PT, partido de Haddad, não
teria se empolgado com a investigação, temendo que Kasssab, presidente
do PSD, deixasse a base de sustentação da presidenta Dilma Rousseff.
“Lembro sempre que no caso dos quatro presos
foram seis meses de investigação. Então nós temos que tomar cuidado com a
reputação das pessoas. Mas não podemos deixar intimar, temos que levar a
frente. E não poupar os responsáveis por esse descalabro com as
finanças de São Paulo”, afirmou.
fonte:redebrasilatual
fonte:redebrasilatual
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