sábado, 30 de novembro de 2013

247 - Tratado até agora, por parte da imprensa, como um caso isolado de corrupção, que envolveria apenas técnicos dos setores de transporte e energia do governo paulista, o escândalo dos trens em São Paulo se parece, cada vez mais, com um esquema sistêmico de desvio de recursos públicos, destinado a financiar campanhas políticas do PSDB.
É o que aponta reportagem publicada neste sábado pelos jornalistas Fausto Macedo, Fernando Gallo e Ricardo Chapola, do Estado de S. Paulo (leia aqui). Eles levantaram a informação de que a Focco Tecnologia, do engenheiro João Roberto Zaniboni, investigado na Suíça por receber propinas da Alstom e por lavagem de dinheiro, foi também um dos grandes doadores de campanhas tucanas.
Além de receber recursos da Alstom, Zaniboni, um ex-diretor da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos, também movimentou R$ 32,9 milhões em suas contas, por serviços de consultoria pagos pelo governo paulista.
Próximo ao ex-governador Mário Covas, Zaniboni foi o segundo maior doador da campanha de Mário Covas Neto, o Zuzinha, que, em 2012, se elegeu vereador. Ele também fez doações a dois secretários de Geraldo Alckmin: Bruno Covas, do Meio Ambiente, e José Aníbal, de Energia.
No Brasil, Zaniboni foi indiciado pela Polícia Federal por lavagem de dinheiro. Na Suíça, já está indiciado por lavagem de dinheiro. Segundo a PF, ele seria "intermediário no pagamento de propinas". A doação a Zuzinha, em 2012, foi de R$ 50 mil. Bruno Covas recebeu R$ 2 mil e José Aníbal, R$ 4 mil. Eles afirmam que as doações foram legais e registradas pela Justiça Eleitoral.

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