terça-feira, 16 de setembro de 2014

Lula inspirado e Dilma didática: artistas com Dilma

Depois de Leonardo Boff e Marilena Chauí, foi a vez do ex-presidente Lula e da presidenta Dilma Rousseff falarem durante o evento de apoio de artistas e intelectuais à reeleição da presidenta.
Inspirado, Lula  mostrou-se incomodado com a postura atual de parte da imprensa com relação especificamente à presidenta: "antigamente, os jornalistas perguntavam pra gente responder; hoje, eles respondem pra gente perguntar!  Com isso, assistimos a uma crescente falta de respeito, falta de ética e de responsabilidade do papel do jornalista. A verdade é que a imprensa começa a perder o respeito a partir do momento em que ela deixa de falar a verdade.
Ao falar sobre reforma política, o ex-presidente foi claro: "é necessário fazer reforma política como condição política pra gente fazer as reformas básicas. E não é negando a política que se faz a reforma política. É fazendo política - mas por favor não me façam mais partido laranja! É preciso criar partidos com bases sólidas. E não é possível falar em nova política sem dizer como, onde e com quem! Porque foi assim que este presidente já elegeu uma vassoura e um caçador de marajás."
Lula lembrou de uma característica fundamental para um líder: é aquele que não acerta apenas por suas virtudes, e sim por saber ouvir a sociedade.
Lula lembrou que "nós não queremos falar de pobre a vida inteira, queremos fazer com que deixe de existir pobres!" Lula também defendeu o fim do financiamento privado de campanhas políticas; e pediu para que uma característica típica do PT seja reforçada: "qual é o partido hoje em dia que tem militante que trabalha de graça?". E concluiu: não é possível mudar a política estando do lado de fora dela. A mudança tem que ser de dentro pra fora.
O discuso estava simples, sincero, improvisado e cheio de piadas. Lula chamou Cristóvão Colombo de companheiro, pediu ajuda aos universitários artistas e intelectuais para saber quando de fato foi fundada a primeira universidade do Brasil , falou da evolução na educação brasileira, sobre a impoirtância de se espalhar o dinheiro do orçamento da cultura para além do centro-sul do país, que parou de ler jornais para não sofrer de azia, criticou o papel que a mídia brasileira assumiu, servindo como uma espécie de partido de oposição. Lula disse ainda: "Existem muito poucas pessoas excepcionais no mundo. É difícil de achar", e, olhando para a Dilma, emendou: "eu tive a sorte de encontrar você"!
Dilma olhou para a plateia, cumprimentou a todos e observou: "De todos aqueles que me apoiaram em 2010, a grande maioria está de volta aqui, muito obrigada. Quando estive aqui em 2010, foi já no segundo turno, eu senti que a gente iria vencer a eleição e nós vencemos."
A presidenta lembrou da necessidade de se vencer a luta contra a discriminação contra negros, mulheres e homossexuais. E para que o projeto de desenvolvimento deste país dê certo é preciso investir em educação e cultura.
"Colocar os pobres no orçamento deste país é garantir a eles oportunidades iguais. Nós alteramos drasticamente a ditriuição de renda deste  país. E estamos vendo a primeira geração de crianças brasileiras que não passou fome e que tem acesso à saúde e à educação. Essa foi a maior revolução que este país já viveu, e é uma revolução silenciosa", observou.
Dilma lembrou que os recursos do pré-sal irão garantir os investimentos em educação e em cultura, e disse que não há "alquimia ou milagre" que faça a educação evoluir: temos que pagar bem o professor e exigir que ele fique na aula".
Voltando a falar de cultura, a presidenta afirmou que "vários processos na área de cultura avançaram, mas ainda há muito o que avançar". Lembrou da Lei da TV Paga, o sistema nacional de cultura, oa lei do marco civil que garantiu a neutralidade da rede, universalização da banda larga e do MROSC.
Dilma concluiu: "Nós fizemos uma transformação importante nessa área. Primeiro reconhecer que a cultura é estratégica pra mudança do país; reconhecer a cultura que brota das periferias (e nesse momento declarou-se entusiasmada com a dança do passinho e disse que quando sair da presidência vai voltar a batucar com o Olodum)"
A presidenta ainda falou de Petrobras, voltou a lembrar que democracia sem partidos é um flerte com o autoritarismo, falou sobre o combate efetivo à corrupção e geração de empregos. O evento terminou pouco antes da meia-noite. Ninguém arredou o pé do teatro Oi Casagrande até a palavra final. Confira na íntegra as falas de Lula e Dilma no evento:

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