Alckmin transforma São Paulo na capital do crime
A revista mostra que os governos tucanos sucatearam a Polícia Civil.
Déficit de policiais e péssimos salários tiraram recursos que tornaram a
polícia incapaz de elucidar o grande volume de crimes, criando a
sensação de que o crime compensa em São Paulo.
O governo paulista dispõe do segundo maior orçamento do País e emprega
um contingente policial numericamente superior ao de muitos países
latino americanos. São cerca de 120 mil policiais civis e militares. Bem
usada, seria uma garantia de paz à população da cidade. Mas, apesar de
tantos dados superlativos, São Paulo está de joelhos diante da
criminalidade.
(...)
Na sexta maior cidade do mundo, o crime foi banalizado. A vida foi
banalizada. Amparados na ausência de uma política de segurança pública,
na omissão das autoridades constituídas e na inépcia de policiais –
muitos ligados às bandas podres da instituição e outros desmotivados e
até cerceados para o exercício de suas atividades –, os bandidos não
escolhem hora e nem lugar para agir.
(...)
Nem mesmo as câmeras espalhadas pela metrópole impedem uma matança que
não escolhe alvos. Ao contrário, o que elas registram são imagens muito
fortes de mortes cruéis, com impacto devastador e revoltante sobre quem
as assiste. (...) A certeza da impunidade produto da letargia da polícia
e da Justiça dão ânimo à crescente ousadia dos marginais.
(...)
A escalada de latrocínios – roubos seguidos de mortes – que aterroriza
os paulistanos além de revelar a falência de um modelo de segurança
pública que há duas décadas se instalou no Estado, também desafia os
acadêmicos. ... afirma o sociólogo Benedito Domingos Mariano, ex-ouvidor
da Secretaria de Segurança de São Paulo. “Mas hoje essas causas não
podem ser usadas como justificativa para escamotear as deficiências
estruturais das polícias na atribuição de garantir a segurança pública”.
(...)
Segundo uma pesquisa do Instituto Datafolha, a maior preocupação de 42%
dos moradores da capital é ter a casa invadida ou sofrer um assalto na
rua.
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Na prática, enquanto a bandidagem circula tranqüila, os cidadãos sentem-se aprisionados. Mas o que fez com que São Paulo chegasse a esse estado de barbárie? Segundo especialistas, nos últimos 20 anos o Estado não formulou uma política de segurança de médio e longo prazo. Apenas trabalhou com a questão da violência policial, alternando momentos de uma polícia matadora com momentos de uma polícia mais contida. Com essa fórmula, acabou não conseguindo punir efetivamente os maus policiais e os bons se sentem amarrados, na medida em que são obrigados a até contar e explicar cada tiro disparado. O problema é que para enfrentar o crime não precisamos necessariamente de uma polícia arbitrária. Precisamos, sim, de uma polícia eficiente.
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Na prática, enquanto a bandidagem circula tranqüila, os cidadãos sentem-se aprisionados. Mas o que fez com que São Paulo chegasse a esse estado de barbárie? Segundo especialistas, nos últimos 20 anos o Estado não formulou uma política de segurança de médio e longo prazo. Apenas trabalhou com a questão da violência policial, alternando momentos de uma polícia matadora com momentos de uma polícia mais contida. Com essa fórmula, acabou não conseguindo punir efetivamente os maus policiais e os bons se sentem amarrados, na medida em que são obrigados a até contar e explicar cada tiro disparado. O problema é que para enfrentar o crime não precisamos necessariamente de uma polícia arbitrária. Precisamos, sim, de uma polícia eficiente.
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O latrocínio talvez seja o crime que mais assusta a população porque
parece imprevisível. Ele começa com um assalto e termina em assassinato.
(...) em São Paulo, este ano, o aumento de 64% nas estatísticas desse
tipo de crime é, além de intimidador para as pessoas, revelador da
inação oficial.
(...)
Para Guaracy Mingardi, especialista em segurança pública da Fundação
Getúlio Vargas, matar não é a finalidade do ladrão. (...) “Só
conseguiremos diminuir o número de crimes violentos quando provarmos que
não dá certo, que a possibilidade de ele ser preso é maior se ele
matar. O problema é que a investigação, por regra, não é feita”, diz. A
especialista em criminologia Ilana Casoy acredita que esse tipo de
comportamento dos marginais pode ser explicado, em parte, pelo fato de
que, no Brasil, o risco de roubar compensa. “Apenas 2,5% dos roubos são
resolvidos. Nenhum outro negócio tem tal índice de sucesso. No caso de
mortes, a chances de encontrar o autor são de 6%. Na Inglaterra são de
90%.” Para ela (...) é preciso investir em infraestrutura de
investigação e inteligência, aspecto negligenciado pela Secretaria de
Segurança Pública.
(...)
A ousadia dos bandidos caminha na direção oposta à competência da
polícia. Numa demonstração de que não temem o efetivo policial, eles
chegam a cometer assaltos nos mesmos lugares por dias consecutivos sem
serem incomodados.
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A ousadia dos bandidos caminha na direção oposta à competência da
polícia. Numa demonstração de que não temem o efetivo policial, eles
chegam a cometer assaltos nos mesmos lugares por dias consecutivos sem
serem incomodados. (...) Há mais duas décadas, é sabido que nas
cercanias da PUC, o número de carros roubados é enorme. Continua assim.
E, isso traz aos marginais a certeza da impunidade. Em 14 de maio, em
frente à universidade, o estudante Bruno Pedroso Ribeiro, de 23 anos,
foi alvejado no pescoço depois de dar o celular ao seu algoz.
(...)
Só em 2012 foram registrados mais de 125 mil roubos na região
metropolitana de São Paulo. Mas, apesar de toda a crueldade, não existe
crime, organizado ou não, que resiste a uma política de segurança
inteligente.
(...)
Cobrado por medidas mais efetivas, o governador paulista lançou há três
semanas seu terceiro pacote de segurança em três anos. Alckmin anunciou a
intenção de dar bônus a policiais que cumprirem metas de redução de
criminalidade em suas regiões, entre outras medidas, como a ampliação do
efetivo, o que depende de concurso público. Segundo George Melão,
presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo,
no entanto, o governo terá de sentar à mesa e negociar se quiser
avançar. “Calculamos que, para atender a demanda de investigação dos
dias de hoje, precisamos entre 12 mil e 15 mil novos policiais civis”,
diz. Ele também aponta a necessidade de melhorar a remuneração do
policial no Estado, que é de R$ 2,5 mil em média, assim como a dos
delegados, de R$ 7,2 mil. “O salário dos delegados em São Paulo é o pior
entre todos os Estados da federação e, mesmo assim, o governo não se
mostra disposto a negociar”, diz.
fonte: osamigosdopresidentelula
fonte: osamigosdopresidentelula
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