Assessor tucano é detido pela PF com R$ 100 mil em voo de Brasília a São Paulo
Mário Welber, assessor de Bruno
Covas e suplente de vereador em São José do Rio Preto, não tinha como
comprovar origem do dinheiro. Ele carregava ainda 17 cheques em branco
assinados pelo candidato
por Redação RBA
publicado
02/10/2014 17:05,
última modificação
02/10/2014 19:08
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Reprodução: Facebook
São Paulo – A Polícia Federal de São
Paulo deteve na segunda-feira (29), no aeroporto de Congonhas, um
assessor do candidato a deputado federal Bruno Covas (PSDB) que
desembarcou de Brasília com R$ 100 mil em espécie e 17 cheques em branco
em nome do tucano. Mário Welber, que se identifica em seu perfil no
Facebook como assessor da Secretaria de Estado de Meio Ambiente,
chefiada por Covas, tinha como destino São José do Rio Preto, cidade
onde é suplente de vereador. Covas é neto do ex-governador Mário Covas
(PSDB), já foi presidente da juventude do PSDB e deputado federal eleito
pela primeira vez em 2006.
Durante o período eleitoral, a Polícia Federal
intensifica a fiscalização dos volumes sendo transportados nos
aeroportos, já que, nesta época, assessores políticos movimentam grande
quantidade de dinheiro em espécie. Foi o caso de Welber, pego no raio X.
Como ele não pôde comprovar a origem do dinheiro, terá 15 dias para
explicar à Superintendência da Polícia Federal em São Paulo de onde veio
e para quem seria pago esse valor. Ao jornal Estado de S.Paulo,
Welber afirmou que o dinheiro era seu e que seria utilizado para comprar
um carro – negócio que, segundo ele, acabou não se realizando. Já os
cheques serviriam para o pagamento de prestadores de serviço da campanha
de Covas.
Welber nega ser assessor de campanha de Covas, embora
haja numerosos registros de atividades do candidato nas quais Welber
está presente. O suplente de vereador tucano declara muitas profissões:
seria, concomitantemente, apresentador da rádio católica Canção Nova e
assessor da Secretaria do Meio Ambiente, embora, em maio de 2013, tenha
sido identificado como funcionário da Cetesb durante fala do deputado
estadual Orlando Bolçone. Ele acumularia ainda a função de mestre de
cerimônias da Câmara Municipal de São José do Rio Preto. No passado,
Welber também teria tido múltiplos empregos públicos: embora tenha
entrado na secretaria após a nomeação de Covas, em janeiro de 2011, só
foi exonerado da função de "assessor especial" da Assembleia Legislativa
de São Paulo em novembro daquele ano. Welber foi ainda jornalista da TV
TEM, afiliada local da Rede Globo.
A Rede Brasil Atual entrou em contato com a
Procuradoria-Geral Eleitoral, e foi informada de que, caso Welber não
comprove a origem e a legalidade do dinheiro que carregava, pode mover
processo de impugnação de sua candidatura. O assessor não foi preso, e
responde ao inquérito da PF em liberdade.
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