sábado, 17 de maio de 2014

Em qual Marina acreditar? Na que defendeu a Copa no Acre ou na que critica hoje, sem citar Eduardo Campos, que fez estádio?

Antigamente, como hoje, eu não votaria em Marina Silva para presidenta, porque acho que ela não dá conta do recado. Seria "jantada" pelos países imperialistas. Mas eu ainda compraria um carro usado dela no passado. Hoje não compro mais.

Em 2007 Marina queria a Copa no Acre. Em 2012 carregou a bandeira em Londres. Em 2014 é contra o Brasil. Que decepção, Marina!
http://www.brasil247.com/pt/247/brasil/139998/Marina-Silva-refor%C3%A7a-cr%C3%ADticas-contra-a-Copa.htm
Em 2007, ainda ministra do meio ambiente, Marina Silva foi toda serelepe na comitiva do Acre apresentar para a FIFA a candidatura da capital Rio Branco como cidade sede da Copa.

http://www.altinomachado.com.br/2007/08/marina-silva-apia-rio-branco.html
Em 2009, já ex-ministra e pré-candidata a presidência, como senadora continuou apoiando a Copa, inclusive no Acre.
http://www12.senado.gov.br/noticias/materias/2009/02/13/marina-silva-defende-escolha-de-rio-branco-como-sede-de-jogos-da-copa-em-2014
Nas Olimpíadas de Londres de 2012 ela carregou a bandeira olímpica toda sorridente, sem qualquer crítica. Em entrevista à BBC (até foi simpática a entrevista e sem o rancor que ela destila atualmente), considerou aquele gesto simbólico um "legado" para o Brasil. Ora, se um gesto simbólico em Londres ela vê legado, imagina uma Copa inteira no Brasil, o quanto deixa de legado? E ela, agora, só vê defeitos? Quanta incoerência e complexo de inferioridade. Em Londres é bom. Só é ruim em Manaus, em Fortaleza, em Natal, em Recife, em Salvador, em Cuiabá, em Brasília, em Curitiba, em Porto Alegre, em BH, no Rio e em São Paulo?


Por que ser tão reverente a um evento em Londres e porque se recusar a enxergar o lado bom da Copa para milhões de brasileiros e para o desenvolvimento do Brasil, inclusive cultural?

Por acaso a Inglaterra não tem uma dívida histórica social com todas suas ex-colônias pobres africanas, asiáticas e do caribe? Que legado de hospitais, escolas, alfabetização a Inglaterra deixou para as ex-colônias africanas e asiáticas no passado? Se for pensar assim, seria a Inglaterra que não poderia fazer Olimpíadas ou Copa enquanto houvesse fome na África. Marina Silva fez alguma crítica a isso, quando carregou a bandeira em Londres? Não.

O Brasil tem muito mais legitimidade para fazer uma Copa do que países imperialistas. E o legado ficará aqui, para os brasileiros, gerando riquezas, empregos e prosperidade para os brasileiros mais pobres melhorarem de vida com a indústria do turismo, do entretenimento e cultural.

Agora, por mero oportunismo eleitoreiro, Marina Silva se engaja em uma campanha enganosa de detonar a Copa do Mundo no Brasil, com desinformações e falácias. Isso é até mais do que oportunismo. É fraqueza de caráter e um desserviço ao povo brasileiro.

Além disso, quando ela critica "os estádios da Copa" o que ela tem a dizer sobre seu parceiro Eduardo Campos que, tendo três estádios em Recife que poderiam ser reformados, preferiu construir um quarto? Campos, talvez, tenha feito a pior de todas as escolhas entre todos os governadores.

Mas o que está feito, está feito, e bola para frente. A Arena Pernambuco está lá e agora é dar um jeito de usá-la melhor após a Copa, também. A FIFA, como organização e pela sua cartolagem, merece todas as críticas que tem recebido. Inclusive pela corrupção na hora de fazer contratos de direitos de televisão como aconteceu com no escândalo envolvendo a ISL, TV Globo e Ricardo Teixeira. Mas o tal padrão FIFA nos estádios são bons projetos arquitetônicos e a proposta é justamente que não virem elefantes brancos, funcionando semelhante a um misto de shopping, parque, museu e ponto de atração e visitação pública, para ser rentável e útil, mesmo quando não há jogos. Se os governadores que licitaram os estádios não seguiram essa visão, mais cedo ou mais tarde os estádios deverão se adequar a ela.

Falta liderança consistente até na sustentabilidade ambiental

Marina não cobra sustentabilidade nem nas agências do banco Itaú, todas padronizadas, com projeto arquitetônico internacional que não aproveita as características climáticas do meio ambiente. Não usa uma arquitetura que aproveite a luz e a ventilação natural, sendo vorazes devoradoras de recursos naturais com vidros escuros durante o dia, luz acesa e todo o ambiente usando ar-condicionado. Marina deveria fazer a sua amiguinha dona do Itaú bater um papo com o arquiteto Lélé, que construiu o Hospital da Rede Sarah Kubitschek no Rio de Janeiro (de 40 graus no verão), aproveitando a iluminação e a ventilação natural que dispensa o ar-condicionado na maioria dos espaços do hospital.

A convenção de lançamento do partido Rede Sustentabilidade, em pleno dia com sol brilhando em Brasília, foi feita em salão com cortinas fechadas e luzes acessas. Bonito, né dona Marina? Assim fica naquela história do "faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço".

Agora ela só se preocupa com o tripé econômico do FHC. As propostas dos verdes do mundo todo de tributar mais embalagens que geram mais lixo, por exemplo, foram expurgadas do discurso da Marina, para não incomodar as embalagens da Natura e o papelão vendido da Klabin.

Submissão ao eco-capitalismo imperialista
Marina tem uma visão colonizada de não exigir dos países ricos a preservação ambiental que prega aqui e se submete a políticas imperialistas de manter o brasileiro no subdesenvolvimento em troca de créditos de carbono irrisórios e insuficientes para elevar a renda do brasileiro, enquanto os países ricos continuam poluindo à vontade por motivos econômicos.

Até o Rafael Correa, presidente do Equador, ofereceu ao mundo a chance de preservar como santuário uma reserva florestal da exploração econômica do petróleo em seu país. Nenhum país rico, nenhuma ONG se dignou a remunerar o Equador pelo valor equivalente ao da exploração petrolífera. Correa autorizou a exploração do petróleo.

Nós brasileiros fazemos a nossa parte e não queremos detonar a natureza de nosso país. Mas quem quer salvar o planeta tem que cobrar primeiro de quem ganhou mais dinheiro poluindo mais. São eles quem devem enfiar mais a mão no bolso, inclusive por terem mais dinheiro, lucrado da poluição. Quem mais sujou é quem mais tem que limpar. Quem gasta muitos recursos naturais é quem tem que economizar primeiro. Quem desmatou nos países ricos também tem que fazer a sua parte, e não exigir que só o Brasil faça tudo sozinho no mundo. É assim que funciona uma proposta decente e responsável de verdade.

Não gosto de criticar a Marina Silva pelo passado dela, mas o que fazer se no presente suas posições ameaçam o futuro e as conquistas das milhões de Marinas como aquela que vivia no interior do Acre? Não dá para confiar mais nela. Não dá mais para comprar um carro usado dela.

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