O crime nem sempre compensa, Juquinha
Foto: Edição/247
Justiça de Goiás determinou o confisco dos bens acumulados pelo ex-chefe da Vale, a estatal que cuidava das bilionárias obras nas ferrovias; decisão inclui três mansões em Alphaville e várias fazendas; num grampo da Operação Trem Pagador, o deputado Valdemar Costa Neto (PR-SP) avisou: “Vai dar m...”; será que a investigação pode chegar a peixes maiores?
Isso começou a acontecer nesta sexta-feira, quando a Justiça Federal de Goiás determinou o confisco de todos os seus bens adquiridos com recursos públicos desviados. Preso ao lado da mulher e dos filhos, ele está perdendo as casas e as fazendas. “É a primeira vez que isso acontece”, comemorou o promotor Hélio Telho, responsável pela operação. A nova lei de lavagem de dinheiro entrou em vigor na última terça-feira 10 e permite às autoridades aplicar o confisco dos bens, quando há indícios veementes de que os bens foram adquiridos por meio de atividades ilegais.
O elo entre os casos Juquinha e Cachoeira não é apenas o fato de ambos terem sido presos em Alphaville. Quem deu a ordem para confiscar os bens do ex-presidente da Valec foi o juiz Paulo Augusto Moreira Lima, o mesmo que mandou prender o bicheiro.
Na Valec, Juquinha recebia cerca de R$ 20 mil mensais, mas acumulou patrimônio superior a R$ 60 milhões nos oito anos em que chefiou a estatal, de 2003 a 2010. Apadrinhado pelo deputado Valdemar Costa Neto, do PR, e pelo senador José Sarney, do PMDB, Juquinha caiu num grampo constrangedor, ao conversar com Valdemar. “Vai dar merda”, disse o parlamentar paulista, ao falar de irregularidades no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, o Dnit.
Deu “m” na Valec. Segundo o procurador Hélio Telho, as investigações da Operação Trem Pagador comprovaram desvios da ordem de R$ 144 milhões na era Juquinha. A nova de lei de lavagem de dinheiro foi sancionada pela presidente Dilma e envolve ainda penas que podem chegar a 10 anos de prisão.
Juquinha descobre, na pele, que o crime nem sempre compensa. Mas o procurador Hélio Telho não deixou claro se a Operação Trem Pagador poderá fisgar peixes maiores, alcançando os políticos, que, nos últimos oito anos, seguraram o ex-presidente da Valec no cargo.
fonte:brasil247
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