terça-feira, 29 de outubro de 2013

247 – As autoridades alemãs podem expulsar embaixadores americanos no país como mais uma demonstração de inconformismo com as denúncias de espionagem dos Estados Unidos. Em entrevista à emissora pública alemã "ARD", o ministro do Interior da Alemanha, Hans-Peter Friedich afirmou que, caso seja comprovado que algum diplomata usou da prática de espionagem ou infringiu a lei alemã, ele será expulso.
"Está bastante claro que, se alguém aqui na embaixada ou em algum outro lugar for responsável ou culpado neste assunto, será sancionado e, se for diplomata, deverá abandonar o país", afirmou Friedrich, que garantiu que "haverá as correspondentes consequências" contra as ações americanas. O ministro declarou ainda que o governo Barack Obama não tem respostas para muitas perguntas do governo alemão.
O governo da Alemanha obteve informações, com base em documentos do ex-colaborador da agência de espionagem norte-americana NSA, Edward Snowden, de que o celular da chanceler Angela Merkel foi monitorado por cerca de dez anos. A denúncia foi o estopim para que as autoridades começassem a tomar providências. Merkel telefonou imediatamente para Obama pedindo esclarecimentos imediatos sobre os indícios.
Espanha abre inquérito sobre denúncias de espionagem dos EUA
O Ministério Público da Espanha deu início a um inquérito preliminar nesta terça-feira para averiguar denúncia de que uma agência de inteligência dos Estados Unidos espionou milhões de cidadãos espanhóis.
O procurador-geral Eduardo Torres-Dulce autorizou um processo de coleta de informações após o jornal El Mundo publicar, na segunda-feira, reportagem afirmando que os EUA rastrearam mais de 60 milhões de ligações telefônicas de espanhóis, disse o gabinete do procurador em comunicado.
A Espanha convocou o embaixador dos EUA na segunda-feira para discutir as denúncias, similares a reportagens sobre a espionagem dos EUA em Brasil, França e Alemanha, que causaram uma rara indisposição diplomática entre Washington e aliados.
O chanceler espanhol, José Manuel García-Margallo, disse que se as reportagens forem verdadeiras, quebrariam um "clima de confiança" entre os dois países.
O El Mundo publicou um gráfico com um documento que seria da Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA, na sigla em inglês) mostrando ter espionado 60,5 milhões de ligações telefônicas na Espanha entre 10 de dezembro de 2012 e 8 de janeiro deste ano. A reportagem diz que o documento foi vazado pelo ex-prestador de serviço da NSA Edward Snowden.
Em visita à Lituânia nesta terça-feira, García-Margallo reiterou os fortes laços entre a Espanha e os EUA e disse que as negociações por uma acordo de livre comércio não seriam interrompidas.
"Trabalhamos bastante próximos com os EUA a respeito de segurança, temos alguns tópicos comuns em que nossas posições são as mesmas", disse ele em uma conferência.
As revelações de Snowden também abalaram as relações dos EUA com o Brasil, que segundo denúncias foi outro alvo dos programas de espionagem da NSA.
A presidente Dilma Rousseff cancelou uma visita de Estado que faria a Washington este mês após denúncia de que teve suas próprias comunicações pessoais monitoradas pela agência norte-americana.
Com Reuters (Inmaculada Sanz)

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