sábado, 12 de março de 2016

Caça a Lula é golpe branco

: <p>05/03/2016- São Bernardo do Campo- SP, Brasil- Ex- presidente Lula cumprimenta manifestantes, concentrados em frente ao prédio onde mora em São Bernardo do Campo. Foto: Ricardo Stuckert/ Instituto Lula</p>
A última tentativa de golpe militar na América Latina não deu certo. Foi contra Hugo Chávez, em 2002. Ele foi sequestrado por mandos militares, levado para uma ilha, isolado, enquanto a Fiesp da Venezuela, com seu presidente (o Skaf de la) assumia a presidência, junto com os donos dos meios de comunicação (os Frias, os Civitas, os Marinhos, os Mesquitas de lá), tomando o palácio numa festa típica das oligarquias latino-americanas.
Mas a festa durou pouco. Assim que o povo soube o que acontecia, tomou o palácio, expulsou o Skaf de lá junto com os Mesquitas, os Civitas, os Frias, os Marinhos de lá. O breve presidente teve que abandonar o palácio e o pais. A Veja aqui teve mais uma ejaculação precoce, publicou uma capa com a queda do Hugo Chávez, que àquela altura já havia retornado ao palácio, levado nos braços do povo, para continuar dirigindo o país.
A partir daquele momento a direita latino-americana aderiu a formas de golpe branco. Valeu-se de processos políticos incipientes, com algumas medidas antineoliberais, mas ainda sem uma configuração plenamente definida, sem apoio parlamentar, para derrubar a seus lideres. Foi assim com Manuel Zelaya em Honduras e com Fernando Lugo, no Paraguai.
Com acusações sem fundamento, mas intensamente difundidas pela mídia, geraram um clima favorável a uma votação de impeachment no caso de Fernando Lugo e, no Zelaya, acompanhado do seu sequestro e transferência para a Costa Rica. As acusações nunca foram comprovadas, mas a operação já estava feita e sancionada pelo Judiciário dos dois países.
Os golpes brancos foram condenados amplamente, a ponto que seus governos foram suspensos dos organismos internacionais a que pertenciam – OEA, Mercosul, Unasul -, até que a legalidade institucional fosse restaurada, mediante novas eleições. Até porque há um entendimento consensual no continente de não reconhecer a governos que assumam rompendo a legalidade mediante golpes de Estado, mesmo os considerados golpes brancos. As eleições se realizaram, mas os candidatos apoiados pelos líderes depostos não conseguiram triunfar, até mesmo por eleições com fraudes, no caso de Honduras. No caso do Paraguai, a divisão das forças que haviam apoiado a Lugo dificultou também um triunfo eleitoral. Não há assim condições para que golpes brancos sejam aceitos no consenso político democrático na América Latina.
O Brasil é um caso típico de derrota da oposições em eleições plenamente reconhecidas pelos seus participantes, em que a oposição insiste em buscar pretextos para um impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Não encontrou nenhum pretexto, insiste como forma de sangrar o governo e de prolongar a instabilidade política no país.
Além de que não bastaria à oposição conseguir eventualmente derrubar à presidenta com um impeachment, porque em novas eleições o favorito e' Lula. Daí que faça parte do golpe branco buscar tirar Lula da disputa eleitoral, mediante acusações igualmente sem fundamento, mas contando com setores do Judiciário que manobram para forjar provas, com uma mídia a serviço do golpe e com uma Polícia Federal que se submete a operações brutais de constrangimento de forma arbitrária.
É porque não bastaria para um golpe branco uma eventual maioria parlamentar, uma cumplicidade do Judiciário, sem conseguir excluir Lula da vida política. Daí o objetivo concentrado de ações da oposição, combinando acusações sem fundamento por parte de "juízes" do Ministério Público, condenações reiteradas e sem provas por parte da mídia e ações arbitrárias da Polcia Federal.
Por isso que a defesa do Lula tornou-se não apenas a defesa do maior líder popular e democrático que o país tem, mas também a luta contra o golpe branco e a defesa da democracia no Brasil. Atacar a Lula é parte integrante das tentativas de golpe branco que os novos agentes ditatoriais tentam impor ao país. Precisam ser derrotados em todos os planos, porque a democracia brasileira nao sobreviverá com esses agentes de uma nova ditadura. O Brasil precisa de líderes legitimados pelo apoio popular, cuja presença na vida política cotidiana do país fortalece a democracia e faz renascer a esperança de que o Brasil possa retomar o caminho do desenvolvimento econômico com distribuição de renda, que tanto bem fez ao país e aos brasileiros.

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